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PF indicia mandante e outro pescador pelas mortes de Dom e Bruno

Traficante conhecido como Colômbia e Jânio Freitas, outro pescador ilegal, foram indiciados pelo assassinato de Bruno e Dom

atualizado

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Polícia federal investigando local onde Bruno e Dom foram assassinados - Metrópoles
1 de 1 Polícia federal investigando local onde Bruno e Dom foram assassinados - Metrópoles - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Um ano após o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips na Terra Indígena Vale do Javari (AM), mais duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF), por envolvimento no crime. Apontado como mandante, o traficante Rubens Villar, conhecido como Colômbia, e outro pescador ilegal, Jânio Freitas de Souza, foram acusados de assassinato e ocultação de cadáver.

Segundo informações reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, a dupla recebeu o indiciamento na última quarta-feira (31/5). A investigação aponta que Bruno e Dom, assassinados em junho de 2022, estavam sendo monitorados por organização criminosa chefiada por Colômbia.

Caso Bruno e Dom: 1 ano após crime, julgamento de suspeitos é repleto de entraves

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

Reprodução/Redes sociais
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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele foi detido pela primeira vez em julho por falsidade ideológica e solto em outubro, após pagar fiança de R$ 15 mil. No entanto, a prisão dele foi decretada novamente no final de 2022 após descumprir condições impostas pela concessão de sua liberdade provisória.

Durante o período na cadeia, ele chegou a dividir cela com Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o assassinato. A notícia de que Colômbia seria um dos mandantes foi confirmada após a polícia gravar uma conversa na qual o traficante pede que Pelado não revele à polícia que foi ele quem forneceu a munição usada para matar Bruno e Dom.

O traficante seria o chefe de uma organização criminosa, especializada em pesca ilegal e tráfico de produtos contrabandeados para o Peru e para a Colômbia. Abaixo dele na organização estavam dois pescadores ilegais: Pelado e Jânio Freitas de Souza, da comunidade São Rafael.

Na acusação formal da PF, consta que Colômbia e Jânio conversaram em várias ocasiões dias antes e também depois do crime. A informação contraria a versão do pescador ilegal em depoimento à polícia, de que conhecia o traficante apenas “de vista”.

A investigação encontrou um total de 419 ligações feitas entre os dois homens entre 1º de junho de 2022 – quando Phillips e Pereira chegaram ao Javari para iniciar uma viagem de quatro dias – e 6 de junho, dia seguinte dos assassinatos.

1 ano do crime

Há um ano, em 5 de junho, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) denunciava o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Terra Indígena Vale do Javari (AM).

Após 10 dias de intensas buscas, os restos mortais foram encontrados esquartejados, carbonizados e enterrados em área de mata fechada, a pouco mais de um quilômetro da margem do Rio Itacoaí.

A principal suspeita dos investigadores é de que a dupla, que visitaria uma equipe de vigilância indígena na região para fazer entrevistas para um livro de Dom, foi vítima de uma emboscada por pescadores ilegais que atuavam na área. Pereira, que era servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), já havia sido ameaçado por eles pelas operações contra atividades ilegais no território indígena.

O julgamento dos suspeitos, porém, tem esbarrado em entraves, como o adiamento de audiências devido a problemas de conexão de internet em Tabatinga (AM), e pedidos da defesa para remarcar depoimentos sob o argumento de dificuldades para entrar em contato com os réus nos presídios com a necessária confidencialidade.

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