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PF indicia ex-ministros Eliseu Padilha e Paulo Bernardo na Lava Jato

Ao total, oito pessoas foram indiciadas por supostamente receber propina para garantir obras da Trensurb, em Porto Alegre (RS)

atualizado

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Eliseu Padilha
1 de 1 Eliseu Padilha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em desdobramento da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal (PF) indiciou oito pessoas por supostamente receber propina para garantir obras da Trensurb, em Porto Alegre (RS). Entre os alvos estão os ex-ministros Eliseu Padilha (MDB) e Paulo Bernardo (PT), o ex-deputado federal Marco Maia (PT), os ex-presidentes da estatal Humberto Kasper e Marco Arildo Cunha. A informação é da Gaúcha ZH.

A investigação é do delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, titular da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF no Rio Grande do Sul.

O caso envolve a extensão da linha do metrô entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, concluída em 2014, a um custo final de R$ 953 milhões. Conforme as investigações, há indícios do recebimento de propina paga pela empreiteira Odebrecht aos investigados.

O inquérito foi aberto a partir das delações premiadas dos executivos da empreiteira Benedicto Barbosa da Silva e Valter Luis Arruda Lana. A tramitação do caso começou no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do ministro Edson Fachin, mas foi encaminhado para a primeira instância após a perda de foro privilegiado por parte dos políticos investigados.

Delação

De acordo com a delação dos ex-executivos da construtora citada no relatório da PF, teriam ocorrido várias solicitações de propina em decorrência das obras. A primeira seria de Marco Maia (PT), que já ocupou a presidência da Trensurb. Ele teria pedido 0,55% do valor do contrato para ajudar a não “ter entraves no negócio”.

A segunda, do então deputado federal Eliseu Padilha (MDB), consistiria em 1% do valor do contrato, sob alegação de que o político teria auxiliado a Odebrecht na época da licitação, no ano de 2001, quando era ministro dos Transportes.

Um terceiro pagamento de propina teria ocorrido para Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, filiado ao PT, que teria garantido a inclusão da obra da Trensurb no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O então deputado Marco Maia também teria interferido para garantir pagamentos a dois dirigentes da Trensurb, conforme o delator Benedicto Barbosa da Silva. O ex-presidente da empresa de trens, Marco Arildo Cunha (sucessor de Maia no cargo), teria recebido 0,5% do valor da obra, e o ex-diretor Humberto Kasper, 0,25%.

Segundo a PF, nas planilhas de propina da Odebrecht não aparecem os nomes dos destinatários, mas os apelidos.

“Aliado”, conforme os delatores e os documentos apresentados por eles, seria Marco Maia. “Sucessor” seria Marco Arildo Cunha; “Jornalista”, Humberto Kasper; “Bicuíra”, Eliseu Padilha; e “Filósofo”, Paulo Bernardo. Os codinomes foram confirmados pelos ex-dirigentes da empreiteira.

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