PF faz busca e apreensão em endereços ligados a Gilberto Kassab
Delator da J&F disse que o político teria recebido propina de R$ 350 mil por mês, em 2009, quando era prefeito de São Paulo
atualizado
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A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira (19/12) mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), em São Paulo e no Rio Grande do Norte. Também são cumpridos ordens judiciais relacionadas ao governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD).
Agentes da PF estiveram na residência do ministro na manhã desta quarta, em São Paulo, mas tiveram que esperar que os advogados de Kassab abrissem o imóvel, pois o ministro está em Brasília. Os advogados acompanharam a ação policial.
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é consequência de delação de um executivo da J&F. De acordo com a revelação, foi repassado um total de R$58 milhões a Kassab em duas situações distintas. Na primeira o ministro teria recebido propina de R$ 350 mil por mês, em 2009, quando era prefeito de São Paulo, alcançando um total de R$ 30 milhões. A segunda ocasião ocorreu quando o PSD, partido era presidido por Kassab, recebeu R$ 28 milhões. A partir de janeiro, o político será o secretário da Casa Civil do Governo João Doria (PSDB), em São Paulo.
Estão sendo cumpridos oito mandados de busca. De acordo com a PF, as vantagens teriam sido solicitadas ao grupo empresarial do ramo de frigoríficos em troca da defesa dos interesses do conglomerado, bem como para direcionar apoio político na campanha presidencial de 2014.
As investigações revelaram ainda que parte dos recursos teria sido encaminhada para a campanha de um candidato ao Governo do Rio Grande do Norte e a um deputado federal, ambos eleitos naquele estado. Há suspeita de que os valores eram recebidos por empresas, mediante simulação de serviços não efetivamente prestados e para os quais foram emitidas notas fiscais falsas.
Aproximadamente 40 policiais federais dão cumprimento aos mandados de busca e apreensão, sendo seis no estado de São Paulo e dois no Rio Grande do Norte. São investigados os crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral.
Em nota, a defesa do ministro informa que está “sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos e que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”.