PF sobre ataques na Praça dos Três Poderes: “Extremistas ativos”
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que as explosões na Praça dos Três Poderes não são tratadas como casos isolados
atualizado
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A Polícia Federal (PF) convocou nesta quinta-feira (14/11) uma coletiva de imprensa para prestar informações sobre o andamento da investigação sobre o responsável por detonar explosivos em frente à Corte, na noite de quarta-feira (13/11).
A Praça dos Três Poderes foi alvo de ataques na noite dessa quarta, quando um homem e um carro explodirem nas proximidades do prédio do STF e no estacionamento Anexo IV da Câmara dos Deputados, respectivamente.
Participaram da coletiva Andrei Augusto Passos Rodrigues, diretor-geral da PF; José Roberto Peres, superintendente da PF no Distrito Federal, e o delegado Flávio Maltez Coca, responsável pela investigação.
“Grupos extremistas estão ativos. Esse episódio de ontem não é um fato isolado. A PF tem investigado num período recente”, afirmou Andrei Rodrigues, no início da coletiva. “Houve tentativa de matar ministros da Suprema Corte”, disse.
Candidato a vereador de Rio do Sul (SC) pelo Partido Liberal em 2020, o chaveiro Francisco Wanderley Luiz antecipou, nas redes sociais, o ataque com explosivos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Conhecido como Tiü França, Francisco também era o dono do carro carregado de fogos de artifícios que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara.
Os ministros do Supremo foram retirados às pressas do prédio da Corte e a Praça dos Três Poderes precisou ser isolada por risco de novas explosões. Os palácios do Planalto, Alvorada e Jaburu tiveram reforço na segurança.
Segundo Andrei, Francisco tinha intenção de “matar ministros da Suprema Corte”, sendo o alvo principal Alexandre de Moraes. De acordo com o diretor-geral da corporação, esse não foi um fato isolado e se conecta com outras investigações da PF, entre elas os atos golpistas de 8 de janeiro.
De acordo com o diretor-geral da PF, os “explosivos eram artesanais, mas com grau de grande de danos, parecido com granada” e, também, os atos teriam sido planejados com antecedência. “Há indícios de planejamento longo prazo. Esteva em Brasília no início de 2023, investigação apura se ele estava no 8/1.”
Também foi informado que não se sabe se o homem participou dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. “Ainda é cedo para dizer se houve participação nos atos de 8 de janeiro.”
A PF também detalhou como foi feita a busca na casa do homem-bomba. “Entramos com um robô antibombas. O robô entrou e, em ato contínuo, ao abrir uma gaveta, houve explosão. Explosão gravíssima. O uso do robô salvou a vida de policiais.”
“Deixou lá um artefato para, de fato, matar os policiais. Não estamos falando de uma pessoa que quebrou um quadro ou uma cadeira… Estamos falando de armadilhas para matar policiais que estavam fazendo a investigação. Não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, ressaltou Andrei.
Segundo familiares, Francisco esteve em Brasília, no começo de 2023. “Ainda é cedo para dizer se houve participação nos atos de 8 de janeiro.
Mas esteve aqui no começo do ano e, hoje, na casa em Ceilândia, havia mensagem em um espelho, fazendo menção a um ato de pichação na estátua da Justiça”, comentou Andrei.
O diretor-geral da PF revelou que, um dia após o episódio na Praça dos Três Poderes, recebeu informações de que “houve novos envios de mensagens com ameaças à Suprema Corte”.
Veja a entrevista coletiva:
A Polícia Federal decidiu investigar como ato terrorista as explosões registradas nas proximidades do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
A decisão foi confirmada pelo Metrópoles, na coluna Igor Gadelha, pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, na manhã desta quinta-feira (14/11). O inquérito ficará a cargo da Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência da PF.
Colaboraram Giovanna Pécora e Madu Toledo