PF e Ibama fazem megaoperação de combate ao contrabando de mercúrio
Mercúrio contrabandeado abastece garimpo ilegal em regiões da Floresta Amazônica, no Mato Grosso, Rondônia e Pará. Operação prendeu 14
atualizado
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A Polícia Federal (PF) e o Ibama deflagraram uma megaoperação de combate ao contrabando de mercúrio nesta quinta-feira (1º/12). A substância é usada no garimpo ilegal, causando poluição de rios.
Segundo a investigação, o mercúrio contrabandeado era usado para abastecer o garimpo ilegal em rios do Mato Grosso, Rondônia e Pará, em áreas da Amazônia Legal.
A operação envolveu sete estados, sendo eles Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará. Foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva ou temporária e 49 mandados de busca e apreensão.
Também houve R$ 1,1 bilhão de sequestro e indisponibilidade de bens por determinação judicial. As decisões são da 1ª Vara Federal em Campinas.
Fraude no sistema
Segundo a investigação, o esquema envolvia fraudes no Cadastro Técnico Federal (CTF), que é um sistema do Ibama que regulariza importação e comércio de mercúrio metálico.
Os investigados teriam feito um lançamento de dados falsos no sistema, conseguindo criar a aparência de legalidade no transporte de mercúrio ilegal.
A investigação estima de que mais de duas toneladas de mercúrio foram comercializadas pelo método ilegal.
Origem
O Brasil não tira mercúrio diretamente da natureza. Então, para chegar ao país, a substância vem importada ou é retirada da reciclagem de resíduos em lâmpadas e materiais odontológicos. No garimpo, o mercúrio é usado para separar e extrair o ouro de rochas ou da areia.
As autoridades realizam o controle de mercúrio, pois é uma substância que pode afetar a saúde de peixes, humanos e outros animais. O mercúrio ataca o sistema nervoso e pode causar até a morte. Os nomes das empresas e pessoas investigadas não foram divulgados.