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PF diz que 250 agentes e dois aviões procuram indigenista e jornalista

“Estamos buscando saber se houve algum crime nesse desaparecimento”, diz superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre

atualizado

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Adam Mol/Funai/Reprodução
Vale Javari
1 de 1 Vale Javari - Foto: Adam Mol/Funai/Reprodução

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou que a corporação está usando os serviços de inteligência para solucionar o desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

As investigações apuram o envolvimento de quadrilhas de tráfico de drogas na região. “Estamos buscando saber se houve algum crime nesse desaparecimento”, frisou Fontes nesta quarta-feira (8/6), em entrevista coletiva transmitida ao vivo de Manaus.

Ao todo, segundo a Polícia Federal, 250 agentes e dois aviões atuam nas buscas. Bruno Pereira e Dom Phillips sumiram no domingo (5/6).

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, afirmou que cinco testemunhas e um suspeito foram ouvidos. “Intensificamos o policiamento na cidade. Estamos abordando as pessoas”, frisou.

A Justiça Federal determinou que o governo acione helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal, das forças de segurança ou das Forças Armadas para intensificar o rastreio dos desaparecidos na reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

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A decisão ressalta que a terra indígena Vale do Javari vem sendo mantida em situação de baixa proteção e fiscalização.

A juíza explicou que a situação da terra indígena é bastante grave e requer medidas mais incisivas do governo federal.

“Ficam o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União autorizados a requisitar diretamente das instituições referidas, todas com expertise na Região Amazônica, Polícia Federal, Comando Militar da Amazônia e Força Nacional de Segurança, as providências urgentes e necessárias ao cumprimento da presente decisão”, escreveu.

Veja a decisão na íntegra:

Decisão da Justiça Federal por aumento de força-tarefa em busca de desaparecidos na Amazônia by Metropoles on Scribd

A jurisdição do Tribunal Regional Federal da 1ª Região engloba o Distrito Federal e os seguintes estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os dois profissionais desaparecidos se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.

De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu durante o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte.

Quem são

Bruno Araújo é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. No órgão desde 2010, ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. O servidor público acabou dispensado do cargo, em 2019, após combater mineração ilegal em terras indígenas.

A retirada do servidor da função de chefia ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro  (PL) apresentou projeto para liberar garimpos nas reservas.

Licenciado da Funai, o indigenista faz parte, atualmente, do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Dom Phillips é um jornalista colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007, e mora em Salvador.

Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Além do The Guardian, Phillips já publicou trabalhos em outros veículos, como Financial Times, The New York Times e The Washington Post, e em agências internacionais de notícias.

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