PF diz à Justiça que não tem tornozeleira para Geddel na Bahia
Ao tirar Geddel do regime fechado, o desembargador Bello impôs uma condição: a instalação da tornozeleira no ex-ministro
atualizado
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A Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia informou, nesta sexta-feira (14/7), que “não dispõe de sistema de monitoramento eletrônico de pessoas, comumente conhecido como tornozeleira eletrônica”. O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), havia dado prazo de 48 horas para a PF instalar a peça no tornozelo do ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima – em regime domiciliar em Salvador desde a noite de quinta (13).
Geddel ganhou domiciliar após 10 dias preso na Papuda, em Brasília, por ordem do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF. O ex-ministro está sob suspeita de pressionar a mulher do operador financeiro Lúcio Funaro, Raquel Pitta, para evitar que ele faça delação premiada. Ao tirar Geddel do regime fechado, o desembargador Bello impôs uma condição: a instalação da tornozeleira no ex-ministro. O magistrado deu prazo de 48 horas para a PF na Bahia tomar a providência.
A prisão foi baseada nos depoimentos do operador Lúcio Funaro e do empresário e delator Joesley Batista no âmbito da Cui Bono. O ex-ministro estaria agindo para obstruir as investigações.
Na decisão, o juiz diz que Geddel entrou em contato por diversas vezes com a esposa de Funaro para verificar a disposição do marido preso em firmar acordo de colaboração premiada, o que pode caracterizar um exercício de pressão sobre Funaro e sua família. Segundo o magistrado, não é a primeira vez que Geddel tenta persuadir pessoas ou pressioná-las, lembrando o episódio em que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de atuar para a liberação da construção de um imóvel em Salvador.