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PF desautoriza delegado que defende prisão para Temer, Alckmin e Aécio

Em nota, direção da Polícia Federal anunciou “medidas administrativo-disciplinares” contra Milton Fornazari Jr.

atualizado

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1 de 1 delegado - Foto: ADPF/Divulgação

A Polícia Federal desautorizou o delegado Milton Fornazari Jr, que, em sua página no Facebook, postou mensagem referindo-se a alguns políticos na noite de sábado (7/4), logo após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc)”, escreveu o policial.

Em nota nesta segunda-feira (9), a direção da PF informou que “as declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição”.

A corporação anunciou “medidas administrativo-disciplinares em relação ao caso concreto”.

A mensagem de Fornazari foi postada pouco depois de o ex-presidente Lula decolar em um avião da PF rumo a Curitiba (PR) para cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá.

“Lula preso. Objetivamente recebeu, indevidamente, bens, valores, favores e doações para seu partido por empresas que se beneficiaram da corrupção em seu governo”, escreveu o delegado. “Por isso, merece a prisão”, completou.

Conforme concluiu o delegado em sua manifestação, se as investigações futuras chegarem aos outros líderes elencados pelo policial, “teremos realmente evoluído muito como civilização”. “Se não acontecer e só Lula ficar preso, infelizmente, tudo poderá entrar para a história como uma perseguição política”, assinalou.

Delegado experiente, Fornazari tem em seu currículo a investigação sobre o cartel do Metrô e as fraudes no sistema metroferroviário de São Paulo em governos do PSDB. Ele também foi responsável pelo inquérito que apurou supostos desvios de recursos nas obras bilionárias do Rodoanel, na capital paulista, e é especialista em cooperação internacional para identificação de lavagem de dinheiro e ocultação de valores.

O post de Fornazari contrariou a cúpula da Polícia Federal. “O mencionado servidor não faz parte do corpo diretivo da PF em São Paulo e tampouco é porta voz desta instituição. A PF jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores.”

Na nota, a cúpula da Polícia Federal diz que “reitera seu compromisso, como polícia republicana, de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária, nos estritos limites da lei”.

Leia a íntegra da nota da PF:

Em referência à reportagem publicada na página A10 do jornal O Estado de S. Paulo de 10/4, informamos que:
1) O delegado de Polícia Federal Milton Fornazari Jr. não é responsável pela Delegacia de Combate à Corrupção e a Crimes Financeiros em São Paulo, tendo exercido a chefia da delegacia de 26/10/2015 a 2/11/2016.
2) O mencionado servidor não faz parte do corpo diretivo da PF em São Paulo e tampouco é porta voz desta instituição.
3) A PF jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores.
4) As declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição, razão pela qual serão tomadas as medidas administrativo-disciplinares em relação ao caso concreto.
5) A PF reitera seu compromisso, como polícia republicana, de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária, nos estritos limites da lei.

Com a palavra, Temer
A reportagem fez contato com a assessoria do presidente. O espaço está aberto para manifestação.

Com a palavra, Alckmin
A reportagem fez contato com a assessoria do ex-governador de São Paulo. O espaço está aberto para sua manifestação.

Com a palavra, Aécio
A reportagem fez contato com a assessoria do senador tucano. O espaço está aberto para manifestação.

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