PF deflagra operação contra trabalho escravo em RO e MT
Segundo as investigações, trabalhadores teriam sido obrigados a dormir no chão do local de trabalho
atualizado
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A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (8/3) contra uma associação criminosa acusada de aliciar trabalhadores no nordeste para prestar serviços em Rondônia e Mato Grosso.
As ordens judiciais foram cumpridas em Jaru, local de residência dos empregadores. Ele foram acusados de reter a documentação de pessoas contratadas para trabalhar na construção civil, com a justificativa de necessitarem dos documentos para a compra de passagens de retorno das vítimas para as cidades de origem.
Chamada de “Operação Capataz”, a investigação foi iniciada após uma vítima relatar que conseguiu fugir às pressas do local onde era mantida pelos empregadores após a retenção dos documentos, sendo submetida a condições degradantes de trabalho e com restrição ao direito à locomoção.
Segundo as investigações, trabalhadores teriam sido submetidos ao trabalho por meses consecutivos sem qualquer remuneração, além de não terem condições mínimas de trabalho, dormindo no chão e sem fornecimento adequado de alimentação diária.
Os investigados poderão responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravidão (Art. 149 do CP), tráfico de pessoas (Art. 149-A, II do CP), dentre outros, podendo a pena ultrapassar 16 anos de prisão.
O nome da operação se deu em referência ao termo usado para indicar o chefe de um grupo de trabalhadores, especialmente daqueles que realizam trabalhos braçais, como na construção civil.