PF deflagra operação contra grupo que falsificava documentos públicos
Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão na Operação Identity nas cidades de Goiânia (GO) e Toledo (PR)
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A Polícia Federal deflagrou a Operação Identity na manhã desta terça-feira (26/10) contra uma quadrilha que falsificava documentos públicos e usava indevidamente símbolos e sinais de órgãos da Administração Pública e do Poder Judiciário. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, dois de busca e apreensão e duas ordens judiciais de retirada de conteúdo de sites da internet em Goiânia (GO) e Toledo (PR).
As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde a investigação teve início em 2020. Segundo a investigação da PF, a falsificação de documentos públicos era feita pela quadrilha, que vendia pela internet.
O grupo investigado confeccionava carteiras do tipo porta identidade funcional, com o brasão da República e demais símbolos, além de dísticos e sinais de órgãos públicos, sem a devida autorização.
Homem flagrado com carteira falsa
As investigações da Operação Identity começaram em fevereiro de 2020, quando um suspeito foi preso em flagrante com uma falsa identidade funcional de Delegado de Polícia Federal. O homem ainda tinha uma carteira do tipo Porta-Funcional, na qual constavam o brasão da República e a inscrição “Poder Judiciário Federal”.
Com o avanço das investigações, foram identificados os supostos responsáveis pela venda indiscriminada, pela internet, de carteiras do tipo Porta-Identidade funcional dos mais variados órgãos e entes públicos, sem nenhum tipo de controle ou autorização legal.
Os crimes investigados são previstos nos artigos 297 (falsificação de documento público), 304 (uso de documento falso), 307 (falsa identidade) e 296, § 1º, inciso III (falsificação de selo ou sinal público), todos do Código Penal.
Operação contra crimes financeiros em Santos
Outra operação da Polícia Federal aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo. A PF de Campinas cumpriu dois mandados de busca e apreensão, em Santos, litoral de São Paulo, na segunda fase da Operação Cash Box na manhã desta terça-feira (26/10).
A ação da PF investiga crimes de operações financeiras irregulares e evasão de divisas desde 2020. Nesse desdobramento, o foco é investigar o envolvimento de empresas já investigadas na primeira fase.
Os mandados visam analisar o envolvimento dos sócios das empresas investigadas na operação com doleiro da região de Campinas, já identificado na Operação Cash Box. Os documentos foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
As investigações da Operação Cash Box tiveram início em 2020 depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) compartilhou informações bancárias relacionadas à pessoa jurídica de um dos doleiros As movimentações aconteceram em Amparo, no interior paulista.
Movimentação acima dos R$ 100 milhões
Segundo as informações repassadas à PF pelo Coaf, em três meses, a movimentação financeira do doleiro investigado foi de cerca de R$ 115.446.124,00 milhões, fragmentada em milhares de depósitos. A investigação da PF mostrou indícios de que as empresas, registradas para atividade de transporte de cargas, não existem, apesar de terem movimentado valores consideráveis.
Essas empresas não registram empregados contratados e foram constituídas por um mesmo escritório de contabilidade. Além disso, possuem endereços apenas para fins fiscais. Todo o material apreendido será encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Campinas para análise e cruzamento com as informações já colhidas na primeira fase da operação.