PF cumpre novos mandados da Operação Ponto Final no Rio de Janeiro
As ordens de busca, apreensão e condução coercitiva foram expedidas pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro
atualizado
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A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, cumpre, nesta manhã de quarta-feira (5/7), mais três mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva, todos na capital do Rio de Janeiro. As ações ocorrem no âmbito da Operação Ponto Final, deflagrada nesta segunda (3) e que investiga pagamento de propina no setor de transportes do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, foram rastreados R$ 260 milhões em propina pagos pelos investigados a políticos do Rio de Janeiro. Um dos mandados de prisão foi cumprido no domingo (2). O empresário Jacob Barata Filho estava no aeroporto internacional Tom Jobim, de onde embarcaria para Portugal. Segundo a PF, ele só tinha passagem de ida.
Confira o que a PF apreendeu na primeira fase da operação:
Bloqueio bilionário
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara, autorizou o bloqueio de mais de R$ 18 bilhões em contas de empresas e investigados na ação que levou à prisão 11 pessoas, entre empresários de ônibus e ex-funcionários do sistema de transporte do governo de Sérgio Cabral (PMDB). Também foi autorizado novo bloqueio nas contas do ex-governador, de R$ 245 milhões.
“Tão importante quanto investigar a fundo a atuação ilícita da organização criminosa descrita, com a consequente punição dos agentes criminosos, é a cessação da atividade ilícita e a recuperação do resultado financeiro criminosamente auferido”, escreveu o juiz na decisão. Para Bretas, o bloqueio é necessário para “evitar a tentativa de ocultar bens ou valores ilícitos obtidos criminosamente e garantir o resgate dos ativos supostamente desviados”.
Foram determinados bloqueios nas contas de empresários como Jacob Barata Filho, José Carlos Reis Lavoura, Marcelo Traça, de empresas de ônibus, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) e da Rio Ônibus, entre outros. São 44 bloqueios com valores que vão de R$ 88 milhões a R$ 520 milhões (33 empresas e pessoas físicas).
Nesta terça-feira (4), havia R$ 240 milhões no caixa da Fetranspor e outros R$ 10 milhões no da Rio Ônibus, tornados indisponíveis.
Ação
Luiz Carlos Bezerra, apontado pelos investigadores como operador financeiro de Cabral, confessou, voluntariamente, que recolhia propina na sede da empresa Flores em São João de Meriti (RJ). Ele admitiu também que codinomes como “Jardim”, “Flowers” e “Garden”, constantes de anotações de contabilidade feitas em agendas, apreendidas durante a deflagração da Operação Calicute, em novembro de 2016, eram referentes à Companhia Viação Flores.
Um dos sócios administradores da empresa é José Carlos Reis Lavouras — parceiro também de mais 13 companhias ligadas ao ramo de transporte. Lavouras também figura como integrante do Conselho de Administração da Riopar Participações SA (Bilhete Único e Riocard) juntamente com o empresário Jacob Barata Filho (na condição de presidente) e Lélis Marcos Teixeira (como secretário da mesa apuradora).
Para o MPF, o esquema de corrupção se encontra organizado a partir de quatro núcleos básicos: núcleo econômico, formado pelos executivos das empresas organizadas em cartel; o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do governo do estado, os quais solicitaram ou receberam propinas; núcleo operacional cuja principal função era promover a lavagem de dinheiro desviado; e núcleo político, integrado pelo líder da organização Sérgio Cabral.
A Operação Ponto Final decorre das investigações das Operações Calicute e Eficiência. (Com informações da Agência Estado)