PF cumpre mandado de busca e apreensão na usina nuclear de Angra 1
PF diz que ação é fruto de dois inquéritos policiais sobre o despejo de substâncias radioativas pela usina de Angra 1 em setembro de 2022
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (11/5), um mandado de busca e apreensão na usina nuclear de Angra 1, em Angra dos Reis (RJ). O órgão investiga o vazamento de água contaminada com resíduos nucleares em 16 de setembro de 2022.
De acordo com a PF, “as investigações buscam apurar supostas condutas omissivas na comunicação dos eventos, além de eventuais crimes ambientais”.
A ação judicial está relacionada aos dois inquéritos policiais em trâmite na Delegacia de Polícia Federal em Angra dos Reis, ligados ao despejo de substâncias radiotivas da usina nuclear no mar, em setembro do ano passado.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Eletronuclear diz que o incidente de Angra 1 “foi encerrado, suas causas estão sanadas e não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação”. Além disso, a estatal afirmou estar colaborando com as investigações da PF.
“A empresa reitera que o incidente foi encerrado, suas causas estão sanadas e não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação. Além disso, o evento não ocasionou nenhum tipo de prejuízo às pessoas ou ao meio ambiente, conclusão referendada pelos próprios órgãos licenciadores (Ibama e Cnen). Nenhuma norma foi infringida pela empresa, que sempre atuou com total comprometimento e respeito ao meio ambiente”, diz trecho de comunicado.
No fim de março de 2022, o Ibama emitiu dois autos de infração contra a estatal, no valor de R$ 2,1 milhões. O órgão ambiental considerou que a Eletronuclear não comunicou o despejo imediatamente após o ocorrrido, seguindo a Lincença de Operação da empresa.
Ainda segundo o Ibama, a estatal demorou quatro meses para admitir o acidente radiotivo em Angra 1. Em nota, a Eletronuclear informou que foram despejados 90 litros de água contendo substâncias de “baixo teor radioativo”.
“Como os valores estavam muito abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, a empresa tratou o evento como incidente operacional interno e informou o assunto nos relatórios regulares enviados às autoridades competentes”, detalha trecho de nota.