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PF: Bruno Pereira teria atirado 5 vezes após ser baleado no Amazonas

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, a arma do indigenista não foi encontrada pela força-tarefa

atualizado

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Divulgação/Polícia Federal
Imagem colorida mostra busca dos corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira em terra indígena do Vale do Javari - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra busca dos corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira em terra indígena do Vale do Javari - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Federal

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, disse, em entrevista à Rádio Gaúcha na terça-feira (21/6), que as investigações sobre as mortes de Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips indicam que o indigenista brasileiro chegou a dar cinco tiros após ser baleado pela primeira vez. Ambos desapareceram em 5 de junho e, 11 dias depois, os corpos foram achados na região do Vale do Javari.

A informação consta em depoimentos dos suspeitos do crime colhidos pela PF. Segundo o superintendente, a arma que Bruno teria usado foi perdida no rio. Após ser baleado pela segunda vez, o indigenista teria perdido o controle da lancha em que estavam, e a pistola de Bruno teria caído na água e não foi encontrada. Ele tinha porte de arma.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

 

Dom e Bruno foram mortos por armas de caça, segundo a perícia. Esses armamentos também teriam sido descartados no rio. Estão presos três suspeitos do crime: Amarildo Oliveira, que admitiu ser autor dos disparos; Jefferson da Silva Lima, também um assassino confesso; e Oseney Oliveira, irmão de Amarildo, que nega o envolvimento nos assassinatos.

Outros cinco nomes foram identificados e são acusados de ajudar na ocultação dos cadáveres.

Bruno recebeu dois tiros no abdômen e um na cabeça. Dom também levou tiros no tórax. A previsão é que os corpos sejam liberados ainda nesta semana.

Veja a cronologia dos fatos a partir do desaparecimento da dupla:

  • 5 de junho (domingo): Dom e Bruno viajavam juntos para que o jornalista realizasse entrevistas para um livro que escrevia, sobre a preservação da Amazônia. Eles foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael, pela manhã, e saíram em direção ao município de Atalaia do Norte. O caminho pelo rio Itaquaí duraria cerca de duas horas. No mesmo dia, as equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados.
  • 6 de junho (segunda-feira): Univaja emite comunicado oficial em que informa o desaparecimento. A operação começa a ser montada com equipes da Marinha, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Exército.
  • 8 de junho (quarta-feira): a força-tarefa prende o primeiro suspeito de envolvimento no crime, o “Pelado”.
  • 12 de junho (domingo): uma semana depois do desaparecimento, mochilas com os pertences pessoais das vítimas foram encontradas. A polícia já havia encontrado, também, vestígios de sangue no barco de Pelado.
  • 14 de junho (terça-feira): Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos” e irmão de Amarildo, é o segundo preso sob suspeita de também estar envolvido no desaparecimento.
  • 15 de junho (quarta-feira): depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, seriam confirmados como os corpos de Dom e Bruno.
  • 16 de junho (quinta-feira): corpos chegam a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade.
  • 18 de junho (sábado): polícia prende terceiro suspeito, Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha. PF afirma que “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.
  • 19 de junho (domingo): polícia informa ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres.

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