PF apura transações entre assessores de Damares e blogueiro bolsonarista
A investigação se dá no âmbito do inquérito que investiga o financiamento e a realização de atos antidemocráticos contra o Congresso e o STF
atualizado
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A Polícia Federal (PF) apura supostas transações financeiras entre quatro assessores do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio (foto em destaque).
A investigação se dá no âmbito do inquérito que investiga o financiamento e a realização de atos antidemocráticos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Eustáquio é um dos investigados, que chegou a ser preso em 26 de junho, ficando detido por 10 dias. As informações são do jornal O Globo.
As transações foram apontadas pela delegada Denise Dias Ribeiro durante o depoimento da esposa de Eustáquio e ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da pasta, Sandra Mara Eustáquio.
Ribeiro questionou Sandra sobre diversos repasses do blogueiro para outros quatro funcionários do ministério, em valores inferiores a R$ 10 mil. Sandra justificou que a quantia era relacionada a pagamento de empréstimos. Ela utilizou o direito de permanecer calada para não esclarecer a outra parte do valor.
A delegada perguntou por que uma funcionária do ministério pagou, em junho de 2020, o aluguel da residência onde Sandra e Eustáquio moravam, no valor de R$ 5.333,333. Ela respondeu que pediu o dinheiro emprestado para a funcionária e em seguida recorreu ao direito de permanecer calada.
Quando questionada sobre a relação com Damares, Sandra disse que conhece a ministra há 10 anos por ser pesquisadora da área de infanticídio indígena, um assunto de interesse da ministra.
Resposta de Oswaldo Eustáquio
Oswaldo Eustáquio enviou nota para a reportagem afirmando que a família dele tem sido “alvo de abuso de autoridade por parte de uma ala da Polícia Federal” e que chamaram a esposa dele para depoimento em que fizeram perguntas em relação a ela, mas somente a ele. “Aproveito esse espaço para me manifestar o quanto essa investigação no âmbito do inquérito 4.828 estão distantes da verdade e servem apenas torrar o dinheiro público fazendo mau uso dele. Lembro que o mau uso do dinheiro público é mais danoso do que a corrupção”, diz.
Ele afirma que todas as transações são explicadas para pagamento de empréstimo, compra de um celular e o aluguel da casa onde mora. “Importante esclarecer esses fatos, pois vejo como importante para o leitor saber que essas transações financeiras foram de saídas da minha conta, ou seja, os valores foram pagos por mim e não recebidos”, afirma o comunicado.