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PF apreende recibos de off-shore com coronel amigo de Temer

Os investigadores vão agora apurar a origem dos documentos, que foram recolhidos na casa de João Baptista Lima Filho, em São Paulo

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Federal encontrou 17 recibos relacionados a uma empresa off-shore na casa do coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer (PMDB) e alvo da Operação Patmos. Os investigadores vão agora apurar a origem dos documentos. Os recibos foram recolhidos na residência de Lima Filho, durante busca e apreensão, em São Paulo.

A Patmos foi deflagrada em 18 de maio após o jornal o Globo revelar que o peemedebista foi gravado pelo empresário da JBS dando aval para o pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — que está preso — em troca do silêncio dele. A operação tornou Temer investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.

Lima Filho passou a ser investigado após a delação de Joesley Batista, acionista do grupo J&F, que o apontou como responsável por receber parte dos valores de propina supostamente destinada a Temer. Os recibos são relacionados a offshore Langley Trade Co. S.A.

Na Receita Federal, a Langley está registrada como empresa domiciliada em Montevidéu, capital do Uruguai. No banco de dados do Panamá Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o endereço está atrelado ao escritório Zolkwer y Asociados.

Delação
No acordo de colaboração dos executivos da J&F, o contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado pela JBS como responsável por entregar dinheiro a políticos, relatou ao menos dois encontros com Lima Filho. O primeiro, segundo Oliveira, teve como objetivo conhecer o destinatário, chamado de “coronel”, e combinar a forma de entrega dos valores. No segundo encontro, o contador afirmou ter entregue R$ 1 milhão em espécie para Lima Filho.

Outro delator, o diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, entregou uma série de documentos à Procuradoria-Geral da República mostrando que o endereço citado por Oliveira era o da empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia, cujo dono é o amigo de Temer. A Argeplan integra um consórcio que ganhou concorrência em 2012 para executar serviços na Usina de Angra 3. As obras são investigadas na Lava Jato.

A reportagem procurou Lima Filho na Argeplan por telefone, mas foi informado de que a empresa não operou e não haveria ninguém para responder.

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