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PF aponta contaminação por mercúrio e prevê mais ações no Rio Madeira

Veja laudo da PF que aponta mercúrio no organismo de ribeirinhos e na água onde garimpeiros procuram ouro

atualizado

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garimpeiros no rio madeira no amazonas
1 de 1 garimpeiros no rio madeira no amazonas - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Uma análise feita por peritos da Polícia Federal no cabelo de moradores da margem do Rio Madeira, na Amazônia, onde milhares de garimpeiros buscam ouro entre os sedimentos, apontou contaminação por mercúrio até três vezes maior do que o limite considerado admissível pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A PF coletou amostras de cabelo de ribeirinhos além de água e sedimentos do leito do Madeira em meio à operação de combate ao garimpo ilegal que culminou na destruição de mais de 100 balsas no final de novembro.

Para a corporação, que enviou nota oficial para a reportagem, “tais resultados científicos corroboram a necessidade das ações da Polícia Federal e demais instituições e órgãos parceiros na repressão ao garimpo ilegal no Rio Madeira, pois eventuais lucros decorrentes das atividades ilícitas são obtidos com o comprometimento direto da saúde de milhares de pessoas que habitam a calha do Rio Madeira, e que dependem exclusivamente da água, agricultura e pescado viabilizados por essa hidrovia federal”.

Como o Metrópoles mostrou mais cedo, a PF voltou nesta quarta-feira (15/12) a abordar e destruir balsas de garimpeiros no Rio Madeira. Segundo a corporação, trata-se da fase 2 da Operação Uiara, que foi deflagrada por forças federais no dia 28 de novembro deste ano, após a intensa repercussão da imagem de paredões de balsas garimpeiras em um trecho do Rio Madeira na altura do município de Autazes, a 100 km de Manaus.

A ação desta quarta ocorreu cerca de 50 km acima de Autazes no Rio Madeira, na altura do município amazonense de Borba. Veja imagens da abordagem da PF:

Após a primeira fase da operação, que incendiou ao menos 131 balsas em novembro, políticos da região chegaram a vir para Brasília tentar negociar uma trégua, argumentando que o garimpo é atividade tradicional na região e que dela dependem centenas de famílias que vivem nessas balsas.

A nota da PF desta quarta rebate esses argumentos e argumenta que “atualmente toda a atividade de lavra de ouro no Rio Madeira é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão dessa importante hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas em 2022 a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas”.

Resultados do laudo

De acordo com o laudo da PF sobre a contaminação por mercúrio no Rio Madeira, foram encontradas amostras de mercúrio na água do Rio Madeira 16 a 95 vezes (1.600% a 9.500%) acima dos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) como aceitáveis.

De oito ribeirinhos que tiveram o cabelo testado, em seis havia concentrações de mercúrio em cabelo acima dos limites considerados admissíveis pela OMS, uma delas com 3 vezes mais (300%).

Para a corporação, essa contaminação coloca em risco uma população de 263 mil pessoas que vivem às margens do Madeira, um dos afluentes do Rio Amazonas.

O mercúrio é usado para separar o ouro dos sedimentos e é um metal pesado neurotóxico, que vai se acumulando no organismo de peixes, animais terrestres e seres humanos, causando lesões nos órgãos que podem levar à morte.

Veja a íntegra do laudo da Polícia Federal:

Laudo 1357 2021 Assinado Operação Uiara II by Raphael Veleda on Scribd

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