Petrópolis: vídeo mostra menino em ônibus antes de ser levado por água
Pedro Henrique Braga, de 8 anos, estava com a mãe quando o ônibus caiu no rio após forte chuva. Desde então, a criança não foi mais vista
atualizado
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Rio de Janeiro – Vídeos que circulam nas redes sociais mostram dois ônibus afundando em um rio, na última terça-feira (15/2), em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Nas imagens, Pedro Henrique Braga, de 8 anos, foi identificado pela família, mas, até o momento, não foi mais visto.
As fortes chuvas na região deixaram 105 mortos e pelo menos 140 desaparecidos. Pedro Henrique voltava da escola com a mãe, quando o coletivo caiu em um rio da Rua Washington Luiz. O vídeo de 52 segundos mostra as pessoas desesperadas, tentando sair pela janela e subir para a superfície.
Veja o vídeo:
Na imagem, é possível ver o menino, com a mochila nas costas, andando até o ponto mais alto do veículo. Conforme o automóvel afunda com as pessoas, Pedro Henrique cai entre um ônibus e outro. Segundos depois, o menino aparece e fica de pé.
Em outro vídeo, o primeiro ônibus fica completamente imerso na água, até que desaparece. A criança não é mais vista. O segundo coletivo e as pessoas dentro dele são arrastados pela correnteza. A família viu o vídeo e identificou o menino na ocasião em que foi visto pela última vez:
Rafaela Braga, 30, mãe do menino, foi carregada pela correnteza antes do filho. Após se agarrar em galhos de árvore, ela foi socorrida pelas pessoas na rua e levada para casa pelo Corpo de Bombeiros. A mulher não teve ferimentos graves.
“Meu filho que mora no Sul já tinha visto; outro que mora em Cabo Frio, também. Só eu que não estava com coragem. Quando eu vi, desabei. Minha neta, irmã do Pedro, está arrasada. Ela respira o irmão, não faz nada da vida sem ele. Estamos todos em choque”, disse a avó do menino, Sonia Regina Braga, de 55 anos, ao Metrópoles.
“Se ele estivesse vivo, já estaria em casa”
Mãe, avó e toda a família fazem rondas diárias em busca de notícias de Pedro Henrique. A mãe, que não conseguiu socorrer o filho, está muito abalada e sob efeito de medicamentos.
“Eu já me cadastrei em tanta coisa: IML, site de desaparecidos, rodamos todos os hospitais e nada. Ele não sabia nadar, só foi à praia quando era muito bebezinho e a gente nem deixava ele ficar muito perto da água, justamente porque ele era esperto até demais”, revelou Sonia.
A avó conta que o menino sempre foi um bom neto, e é carinhoso, amoroso e muito esperto: “Se ele estivesse vivo, já estaria em casa. Ele sabe o endereço, onde mora, como chega, tudo. Era esperto até demais”, completou.
O Ministério Público e a Polícia Civil realizam cadastros e buscam pessoas desaparecidas. De acordo com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), até o momento, 140 registros de desaparecimento foram feitos.
Os agentes percorrem pontos de apoio e abrigos da cidade para preencher formulários e confeccionar as formalidades necessárias. Os dados serão cruzados com a relação de cadáveres no IML da região.