Em Petrópolis, padre enterra casal 1 ano após celebrar casamento deles
Sara Walsh, de 32 anos, e Bernardo Albuquerque, de 25, casaram-se em dezembro de 2020. Padre Alan Rodrigues realizou a união
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Depois de um ano e dois meses de casados, Sara Walsh, de 32 anos, e Bernardo Albuquerque, de 25, foram vítimas das chuvas em Petrópolis, Região Serrana do Rio. Padre Alan Rodrigues, que tinha os dois como filhos, realizou o casamento deles em dezembro de 2020 e, no último sábado (19/2), o sepultamento dos dois.
Nas redes sociais, padre Alan Rodrigues compartilhou um vídeo em homenagem ao casal. Em pouco mais de três minutos, com fotos e narração, o pároco contou um pouco da história das vítimas, que celebraram a união no dia 12 de dezembro de 2020. (Veja o vídeo abaixo)
Número de mortos em Petrópolis sobe para 176; 117 estão desaparecidos
O padre Alan relatou, ainda, as últimas mensagens trocadas com Sara antes de ela ser soterrada na última terça-feira (15/2), no Morro da Oficina, em Petrópolis. Esse foi um dos bairros mais atingidos pela tragédia.
“Um aninho e pouco depois, eles planejavam ter filhos, mudanças de planos de trabalhos, foram amadurecendo, cheios de projetos, felizes. Havia duas semanas que o Bernardo tinha feito uma direção espiritual e intensificado ainda mais sua espiritualidade. Sara também. Ela participava da missa diária e levava uma reflexão pra muita gente, mas Deus queria os dois mais juntinhos dele”, disse o padre Alan em vídeo.
Sara e Bernardo foram velados e sepultados no último sábado (19/2), em uma missa rápida devido à quantidade de corpos que estavam na fila para serem enterrados.
Missa horas antes
Os dois foram à missa pela manhã, horas antes de acontecer a tragédia. O padre contou que ficou todo orgulhoso de ver os “filhotes” ali na vida sacramental. Pela tarde, veio a chuva, e o pároco contou que Sara ficou preocupada. Eles trocaram mensagens, e ela disse: “A barreira começa a cair”.
O casal estava junto nesse momento, e Sara chegou a fazer uma última postagem: “Vou rezar, porque, se eu morrer, Maria me leva”. “Foram suas últimas palavras”, diz o padre.
O Morro da Oficina foi um dos locais mais afetados pelo temporal na região serrana, que deixou pelo menos 176 vítimas fatais. “Eles estavam prontinhos para o céu. Ficar fazendo o que aqui na terra? Perder a salvação? Cê besta. Agora, eles estão juntinhos no céu, ao lado de Jesus e Maria, nesse reino de paz e alegria que jamais terá fim”, assinalou o padre.