Petrópolis: livraria que perdeu 15 mil obras reabre neste sábado
Dono da Livraria Nobel conta que ainda não consegue receber doações, mas celebra reabertura e pede aos petropolitanos que comprem na cidade
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Quase três semanas após as fortes chuvas que devastaram bairros de Petrópolis, a Livraria Nobel, no centro da cidade, reabre as portas na manhã deste sábado (5/3). Um dos pontos comerciais mais afetados, com 15 mil exemplares perdidos, o endereço ainda lida com consequências da tragédia.
“Não tenho condições de receber ainda nenhuma doação, mas ficamos sabendo pelas redes sociais que algumas editoras estavam se mobilizando. Não sabemos o que será doado, nem a quantidade”, diz o dono do estabelecimento, Amauri Madeira, de 56 anos, ao Metrópoles.
De acordo com ele, alguns fornecedores já informaram que não vão cobrar pelos livros destruídos na enchente. “Agora tem que ver caso a caso, se vão doar parte dos livros ou se vão dar desconto no que tem a pagar”, explica.
Como forma de ajudar a restabelecer a loja, a Nobel deve fazer uma campanha chamada “Compre mais um”. A ideia é que o cliente que comprar um livro, escolha mais um e doe ou presenteie alguém. “É uma corrente do bem que vai ajudar a gente a se recuperar”, conta.
“Precisamos que o petropolitano compre na cidade agora. Os impostos são pagos na cidade, o aluguel é pago aqui, é um investimento na cidade. Sites de e-commerce já têm dinheiro demais. A gente deve apoiar o comércio local”, afirma Madeira. A loja funcionará de 10h às 19h nesta reabertura.
Ver essa foto no Instagram
Enchente afetou loja
No último dia 15/2, a Livraria Nobel teve todo o depósito submerso em 3 metros de água e lama por 48 horas. Amauri diz nunca ter perdido nenhum livro para enchentes em 20 anos como comerciante no local.
A loja, que fica na Rua Dezesseis de Março, no centro do Petrópolis, perdeu cerca de 15 mil livros que estavam por lá.
“Ficaram com esgoto, com excrementos, não é seguro mantermos. Recuperamos o que estava no andar de cima, o que foi possível. Em 15 minutos, o depósito acabou completamente submerso”, relatou Amauri ao Metrópoles, dois dias após o episódio.