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Petrópolis: 7 histórias marcantes após quase uma semana do desastre

Há relatos triste de buscas por desaparecidos e perdas nas chuvas, mas também cenas de esperança de quem ajudou a quem precisa

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Número de mortos em Petrópolis chega a 120 - A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruição
1 de 1 Número de mortos em Petrópolis chega a 120 - A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruição - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Nesta segunda (21/2), as buscas por desaparecidos em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, entram no sétimo dia, com mais de 100 pessoas ainda não localizadas.

A cidade foi atingida por fortes chuvas na última terça (15/2), e desde então Corpo de Bombeiros e moradores trabalham incessantemente à procura de desaparecidos na tragédia. Até o último domingo (20/2), haviam sido registradas 155 óbitos.

Tanto a prefeitura de Petrópolis quanto organizações não governamentais (ONGs) recolhem doações para ajudar as famílias desabrigadas. As instituições aceitam tanto doações em dinheiro, via Pix, quanto de itens de higiene, alimentos, roupas íntimas, fraldas…

Enquanto isso, parentes e amigos vivem o luto, ao mesmo tempo em que se unem em busca de sobreviventes e na ajuda do acolhimento dos afetados. Veja abaixo histórias marcantes de algumas vítimas e familiares da tragédia em Petrópolis:

1. Após cavar lama com enxada, mãe descobre que filha morreu

Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, amanheceu na quarta-feira (16/2) diante do monte de lama e destroços no Morro da Oficina. Por horas, ela fez de tudo para tentar localizar sua filha, Maria Eduarda, de 17 anos – até receber a confirmação de que jovem não sobreviveu.

Com uma enxada nas mãos, chegou ao local antes mesmo dos bombeiros e, num gesto de desespero, usou a ferramenta para cavar e remexer a terra em busca de um sinal de sua filha. “Minha filha está soterrada”, repetia Gizelia.

2. 50 anos depois, mulher morre como a avó, vítima das chuvas

Uma família voltou a ser vítima de fortes chuvas em Petrópolis. Cerca de 50 anos depois, uma neta morreu da mesma forma que a avó. As duas foram vítimas de temporais que atingiram a cidade e faleceram soterradas.

A irmã de Cecília Fiorese, morta pela tragédia, falou sobre os episódios. “A minha avó se chamava Cecília e morreu soterrada. A minha irmã se chamava Cecília e morreu soterrada”, contou.

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Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó
Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó
Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó
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Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó

Reprodução/Redes sociais
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Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó

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Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó

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Cecília Lima Fiorese morreu aos 40 anos da mesma forma que sua avó

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3. Barbeiro salvou 20 parentes e vizinhos de desastre

No momento em que a primeira pedra caiu do Morro da Oficina, o barbeiro Kevin Amorim, de 26 anos, sentiu o risco de deslizamento e correu desesperado para tirar familiares e vizinhos das casas. Ao todo, 20 pessoas foram resgatadas por ele da tragédia que ocorreu após seis horas de chuvas ininterruptas na região.

“Eu estava do lado, salvei todos que pude. Por onde subi (na escadaria), depois não dava para descer mais”, contou ao Metrópoles.

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Homem vai todos os dias cavar no lamaçal atrás da família que está desaparecida
Pedro Henrique Braga, de 8 anos, foi identificado pela família como o menino de mochila azul (canto direito)
O garoto no teto do ônibus para tentar escapar
Maria Eduarda, de 17 anos, morreu soterrada no Morro da Oficina
Morro da Oficina é um dos locais mais atingidos pela forte chuva em Petrópolis (RJ)
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Pai procura pelos dois filhos e pela mulher nos escombros da Vila Felipe, em Petrópolis (RJ)

Arquivo Pessoal
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Homem vai todos os dias cavar no lamaçal atrás da família que está desaparecida

Arquivo Pessoal
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Pedro Henrique Braga, de 8 anos, foi identificado pela família como o menino de mochila azul (canto direito)

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O garoto no teto do ônibus para tentar escapar

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Maria Eduarda, de 17 anos, morreu soterrada no Morro da Oficina

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Morro da Oficina é um dos locais mais atingidos pela forte chuva em Petrópolis (RJ)

Luciano Belfort/Especial Metrópoles

4. Jovem foi tentar ajudar vizinhos e morreu

Gilberto Martins, um jovem de Petrópolis, morreu após sair de casa para ajudar os vizinhos atingidos pelos deslizamentos. A mãe contou ao Metrópoles que o rapaz foi ajudar a tirar a água que tinha invadido as residências próximas e acabou surpreendido por uma enxurrada que fez desabar o local onde estava.

Seu corpo foi encontrado e identificado na quarta-feira (16/2). Neuza Martins Lima de Souza estava dentro de casa na hora em que começou o temporal. Segundo ela, o filho não tinha conhecimento de qual era o tamanho da gravidade da situação quando saiu para prestar socorro. “Meu filho saiu para ajudar os outros e morreu”, lamentou.

5. Menino desaparece após ônibus afundar em rio

Pedro Henrique Braga voltava da escola com a mãe no dia 15 de fevereiro, quando o ônibus onde estavam caiu em um rio da Rua Washington Luiz, em Petrópolis. Por volta das 16h30, já perto de casa, mãe e filho se separaram após a queda do coletivo. O menino não foi encontrado até agora.

“A gente estava dentro do ônibus, quando começou a encher de água, até que balançou e caiu dentro do rio. Na hora da queda, tinha um outro ônibus do lado, meu filho pulou pra cima desse outro ônibus e a correnteza me levou”, contou a mãe Rafaela Braga Pereira, 30 anos, ao Metrópoles.

6. Família escapa de deslizamento, mas conhece 10 desaparecidos

Uma família do bairro Alto da Serra conseguiu escapar do deslizamento do Morro da Oficina. Tânia Maria dos Santos, 60 anos, afirmou: “Entre vizinhos, amigos e conhecidos mais próximos, são 10 pessoas que sumiram, de idosos a crianças. Vemos os corpos serem recolhidos e não sabemos de quem se trata. É muito ruim”.

Ela relatou ter ouvido um barulho forte seguido da queda de pedras, árvores e vegetação atingindo as casas da localidade. Em menos de 10 minutos, ela e mais três familiares deixaram seu imóvel apenas com remédios e documentos.

7. Homem procura diariamente mulher e filhos sumidos

Desde o dia 15, data em que as chuvas atingiram Petrópolis, Roberto Braga Júnior, de 34 anos, vai até a Vila Felipe todos os dias para cavar na região onde seus dois filhos, a mulher e a sogra desapareceram após o deslizamento de terra.

O assistente de serviços gerais estava no trabalho no dia do temporal. Quando conseguiu chegar na Rua Jacinto Rabelo, não encontrou mais sua casa e nem sua família. A sua esposa, Debora Maduro Bull, 27, os filhos Bernardo Maduro, 7, e Pedro Henrique Maduro, 5, além da avó das crianças, Valeria Maduro Bull, estão desaparecidos até agora.

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