Petrobras identifica 3 campos venezuelanos como origem do óleo
Hipótese “mais provável”, diz Marinha, é de que o produto lançado no mar seja resultado da operação criminosa de um “navio-fantasma”
atualizado
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Os estudos técnicos realizados pela Petrobras sobre a origem do petróleo que contamina mais de 2,5 mil quilômetros do litoral do Nordeste confirmam não apenas que o produto teria origem na Venezuela, mas de quais campos venezuelanos o material foi retirado.
Segundo informações da petroleira repassadas à Marinha, a borra de petróleo tem origem em três campos específicos de exploração localizados no país vizinho. A constatação foi possível após a Petrobras comparar a composição química do material recolhido nas praias, com centenas de amostras de petróleo de todo o mundo, que a empresa mantém em um centro de pesquisas de localizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.
Isso não significa, porém, que a Venezuela tenha responsabilidade direta sobre o derramamento do óleo na costa brasileira, já que o material pode ter sido embarcado em navio de qualquer origem, inclusive embarcações ilegais.
A hipótese de que o material lançado no mar brasileiro seja resultado da operação criminosa de um “navio-fantasma” é, para a Marinha, uma das mais prováveis atualmente porque, segundo avaliações técnicas que já realizou, o produto que contamina as praias brasileiras não é comprado por nenhum outro país do mundo.
Após fazer o cruzamento de uma série de dados, a Marinha enviou questionamentos técnicos formais a 30 embarcações que têm origem em 11 países. Todas elas passaram pela região no período investigado e possuem registros na Organização Marítima Internacional. As respostas a esses questionamentos ainda são aguardadas pela Marinha.
A chance de se tratar de um navio-tanque fantasma, porém, é considerada como a de maior probabilidade, porque o tipo de petróleo venezuelano que chegou ao litoral brasileiro não é comprado por esses países de bandeira, segundo avaliações internas da Marinha. Normalmente, esse tipo de carga é carregado em navios-fantasmas.
A reportagem questionou a Marinha e a Petrobras sobre todas as informações acima, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.