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Petrobras fecha 2022 com lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões

Em meio à cobrança para redução da distribuição dos dividendos, Petrobras apresentou recorde de lucro líquido em 2022: R$ 188,3 bilhões

atualizado

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O relatório de desempenho financeiro do 4º trimestre de 2022 indica que a Petrobras registrou R$ 188,3 bilhões de lucro líquido no ano passado, um recorde para a empresa. A companhia entrou no centro da discussão da reoneração dos combustíveis após diminuir o valor do diesel e gasolina, que estava acima do determinado pela política de Preço de Paridade de Importação (PPI).

O resultado do ano passado representa crescimento de 77% em relação ao lucro líquido de 2021. Comparando-se os R$ 43,3 bilhões de lucro líquido do 4º trimestre de 2022 com o período anterior, observa-se um salto de 38%. O Relatório de Desempenho Financeiro do 4T22 foi divulgado nesta quarta-feira (1º/3).

A companhia associa o aumento do lucro líquido em 2022 à alta dos preços de petróleo (Brent), melhor resultado financeiro e ganhos com acordos de coparticipação em campos da Cessão Onerosa.

De acordo com o relatório, o EBITDA (sigla em inglês para “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”) Ajustado também apresentou alta de 45% neste ano, atingindo o maior nível já registrado de R$ 340,5 bilhões. No 4º trimestre de 2022, essa modalidade encerrou o ano em R$ 73,1 bilhões.

Novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates chegou a sugerir, enquanto senador, ainda em maio de 2022, reduzir o valor dos dividendos pagos pela empresa. Petistas pressionam para que a empresa diminua a distribuição do lucro e faça mais investimentos.

“Agora é construir na Petrobras uma política de preços mais justa, acabar com PPI e rever a indecente distribuição de dividendos da empresa para ela voltar a investir e fazer o Brasil crescer”, disse a deputada Gleisi Hoffman, presidente do PT, nessa terça (28/2).

Enquanto isso, a dívida financeira da Petrobras encerrou o ano em US$ 30 bilhões, uma redução de 16% em relação a 2021. A relação dívida líquida/EBITDA ajustado (sem arrendamentos) foi de 0,27x ao fim de 2022, em comparação com 0,56x em 2021.

Petrobras plataforma / divulgação
Petrobras plataforma / divulgação

A Petrobras considera que o atual patamar de endividamento da empresa é considerado saudável, levando em conta o porte e segmento de atuação do empreendimento. “Uma evidência é que o compromisso da dívida com pagamento de juros equivale hoje a somente 14 dias da geração de caixa operacional de 2022”, diz a companhia.

Em 2022, a Petrobras atingiu o seu recorde de pagamento anual de tributos e participações governamentais, recolhendo o total de R$ 279 bilhões no Brasil. A companhia afirma que, no ano passado, as atividades operacionais geraram o recorde de R$ 255,4 bilhões, deixando o fluxo de caixa livre positivo em R$ 205,8 bilhões.

Essa foi maior marca já atingida, representando, respectivamente, altas de 26% e 22% em relação ao ano anterior. Somente no 4º trimestre de 2022, o fluxo de caixa operacional foi de R$ 67,6 bilhões e fluxo de caixa livre foi de R$ 48,9 bilhões.

A evolução expressiva dos indicadores financeiros e operacionais da empresa está refletida no crescimento do retorno sobre o capital empregado (ROCE), que atingiu 15,9, alta de oito pontos percentuais em comparação com 2021.

Em 2022, os investimentos realizados pela Petrobras totalizaram US$ 9,8 bilhões, aumento de 12% em relação a 2021, em decorrência do pagamento do bônus de assinatura relativo aos campos de Sépia e Atapu e de maiores investimentos em modernização e adequação de refinarias, além de gastos com manutenção de ativos logísticos.

Pagamento de dividendos da Petrobras

Em atendimento à regra atual da companhia, foi aprovado o pagamento de dividendos no valor de R$ 35,8 bilhões, que serão distribuídos da seguinte forma:

  • Primeira parcela, no valor de R$ 17,9 bilhões: paga em 19 de maio de 2023;
  • Segunda parcela, no valor de R$ 17,9 bilhões: paga em 16 de junho de 2023;

O Conselho de Administração (CA), visto que o o montante proposto ultrapassa a aplicação da fórmula prevista na Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras em R$ 6,5 bilhões no trimestre, sugeriu a criação de uma Reserva Estatutária.

Esse fundo seria criado na forma da lei, para reter até R$ 6,5 bilhões do resultado do exercício social de 2022. A proposta precisa ser avaliada pelos acionistas da companhia.

Caso a sugestão para criação da reserva seja negada, ou caso não seja retido todo o saldo, o conselho recomendou aos acionistas que o pagamento desses R$ 6,5 bilhões ou do saldo remanescente ocorra em 27/12/2023, corrigido pela SELIC e deduzido do valor da segunda parcela de dividendos.

Caso a proposta de distribuição de dividendos seja aprovada na Assembleia Geral dos Acionistas sem a retenção de reservas e sem postergação sugerida pelo CA aos acionistas, os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho, conforme descrito acima.

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