Pesquisadores estudam meteorito que caiu em casa de GO: “Muito raro”
Apenas nove rochas caíram em residências nos últimos 12 anos no Brasil. Estudo do objeto pode ajudar a entender origem do sistema solar
atualizado
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Goiânia – Pesquisadores de universidades de Goiás e do Rio de Janeiro estão se debruçando sobre o meteorito que caiu dentro da casa de uma chácara em Portelândia, cidade com menos de 5 mil pessoas no sudoeste goiano.
A probabilidade de uma rocha que orbita o planeta cair justamente dentro de uma residência é baixíssima, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Jataí (UFJ) ouvidos pelo Metrópoles. O estudo ocorre em conjunto com o grupo de pesquisadoras Meteoríticas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Veja o vídeo:
“Esse evento é muito raro, muito raro mesmo! Pouco mais de 70% da superfície do planeta é aquática, com oceanos, mares e rios. A maior parte desse material cai em superfícies aquáticas”, explicou o professor de Física Espacial da UFJ, Maurício Bolzam.
De acordo com pesquisadores, nos últimos 12 anos foram registrados apenas nove casos de meteoritos em residência no Brasil. No caso de Goiás, o meteorito se fragmentou e causou estragos no teto, no forro e no chão da cozinha. O evento foi na manhã do dia 17 de julho.
“Se pega na cabeça de alguém aqui, tinha morrido”, disse o proprietário na ocasião. O barulho da queda do meteorito foi comparado a um avião e uma explosão.
Tipos de rocha
O técnico do Laboratório de Física da UFJ, Thiago Oliveira Lima, explicou que apesar da raridade do acontecimento, o tipo da rocha que caiu na chácara de Portelândia é comum entre os meteoritos.
Segundo Thiago, as substâncias químicas encontradas em maior quantidade foram ferro, magnésio e silício. Em menor quantidade foram encontrados manganês, fóssil, potássio e alumínio. Parte do material coletado foi levado para a UFJ e outra parte deve ser estudada na UFRJ.
Maurício relatou que há outros meteoritos considerados mais raros, quando são provenientes da Lua ou de Marte, por exemplo. Essas rochas acabam entrando no mercado de colecionadores, que chegam a pagar R$ 1 mil por grama, dependendo da raridade do meteorito.
Origem dos planetas
Os pesquisadores explicaram que o estudo desses meteoritos pode ajudar a compreender a formação do sistema solar.
“Os meteoritos são blocos de construção do sistema solar. No começo da formação do sistema solar, muito desse material estava disponível e foi aglutinando e formando os planetas. (…). Por isso o valor científico dessas rochas, pois elas estão orbitando o Sol desde a formação do sistema solar. Então, elas trazem informações de como era o sistema solar há bilhões de anos”, avaliou Thiago.