Pesquisadores acham arquipélago “maior que o RJ” próximo à costa do RS
Praias, rios e manguezais cobriam cadeia montanhosa que estava acima do nível do mar há 40 milhões de anos
atualizado
Compartilhar notícia
Até afundar no Oceano Atlântico, há cerca de 40 milhões de anos, a Elevação do Rio Grande, a maior cadeia montanhosa submersa da margem continental brasileira, deve ter sido um arquipélago com acidentes geográficos como os encontrados hoje ao longo do litoral.
Em uma expedição com o navio de pesquisa Alpha Crucis em janeiro e fevereiro de 2018, uma equipe do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) mapeou os topos aplainados da elevação e identificou terraços marinhos dispostos em degraus, com canais fluviais, dunas, cavernas e resquícios de manguezais.
As dragas trouxeram à tona amostras de rochas vulcânicas e corais e esponjas que cresciam nas paredes de uma fenda que corta o centro das três partes da elevação. Os resultados da viagem foram detalhados em um artigo publicado em maio na revista científica Frontiers in Marine Science.
Situada a 1.300 quilômetros de Porto Alegre, com cerca de 150 mil km², o equivalente a três vezes a área do estado do Rio de Janeiro, e profundidades que variam de 700 a 2 mil metros, a Elevação do Rio Grande tem sido mais estudada nos últimos anos por causa de seu valor econômico.