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Pesquisador da PF usa IA para reconhecer rosto mesmo com imagens ruins

Método usa inteligência artificial para reconhecimento facial e foi usado para identificar centenas de pessoas nos atos de 8/1

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Captura de tela colorida de câmera de monitoramento dos Tres Poderes - Metrópoles
1 de 1 Captura de tela colorida de câmera de monitoramento dos Tres Poderes - Metrópoles - Foto: Reprodução

Uma nova tecnologia desenvolvida e colocada em prática dentro da Polícia Federal (PF) permite o reconhecimento facial de autores de crimes em vídeos de câmeras de monitoramento mesmo quando as imagens são de baixa qualidade.

O método já foi usado em diferentes investigações da PF, sendo a mais conhecida a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília (DF) em 8 de janeiro do ano passado, quando centenas de pessoas foram identificadas com ajuda dessa tecnologia (imagem em destaque).

Em resumo, a nova técnica agrega informações das características de uma face registrada em diversos quadros do vídeo e compara com uma imagem de a pessoa suspeita. No final do procedimento é gerado o resultado de um cálculo que indica a possibilidade da pessoa na gravação ser o suspeito ou não.

“Sem essa técnica, muitos materiais que recebíamos eram considerados imprestáveis para perícia e não era possível utilizar o material para oferecer prova científica à Justiça”, explicou o perito criminal federal Rafael Ribeiro.

Ele desenvolveu esse método de reconhecimento facial enquanto fazia mestrado na UnB e ao mesmo tempo trabalhava no Serviço de Perícias em Audiovisual e Eletrônicos (Sepael), no Instituto Nacional de Criminalística. Atualmente, ele está fazendo o doutorado na Universidade de Aston, no Reino Unido, sobre o assunto.

No mês passado, Ribeiro e outros três pesquisadores publicaram um artigo sobre essa técnica de reconhecimento facial pela Chartered Society of Forensic Sciences, tradicional instituição britânica e referência quando o assunto é ciência forense, que é o uso de conhecimentos científicos para apurar crimes.

Investigações em vídeo no 8/1

As primeiras investigações em que essa nova tecnologia foi usada eram mais corriqueiras, envolvendo câmeras de segurança de agências da Caixa Econômica Federal e dos Correios. O método acabou sendo largamente utilizado diante dos atos golpistas.

Rafael Ribeiro conta que, além da qualidade ruim das imagens das câmeras de monitoramento, as perícias dos vídeos do 8 de janeiro tinham outros obstáculos, como pessoas com rostos pintados e parcialmente ocultados por máscaras cirúrgicas, camisetas e bonés.

“A gente tinha um grande volume de vídeos dos locais invadidos, mas as câmaras de segurança geralmente registravam as faces em posições desfavoráveis. Essas câmeras são projetadas para monitorar o ambiente, não para reconhecimento biométrico. Sem essa técnica, poderíamos apenas descrever a dinâmica dos eventos, mas não fornecer provas relacionadas à autoria”, explica Ribeiro.

Os peritos tiveram que analisar mais de mil horas de gravações. Para reconhecer uma das pessoas registradas no vídeo de forma tradicional, seria necessário comparar uma foto de um suspeito com um quadro do vídeo em que aparece o rosto da pessoa e fazer uma análise manual de características morfológicas faciais.

Com a nova tecnologia, são inseridos em um software vários quadros de diferentes ângulos do rosto e é calculada uma representação biométrica mais representativa da real identidade da pessoa que aparece no vídeo.

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