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Pesquisa: menor preço faz brasileiros optarem por sites estrangeiros

Ao Metrópoles, economista analisa como um possível aumento do ICMS pode impactar o consumo de produtos estrangeiros no Brasil

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homem segurando cartão em frente ao computador
1 de 1 homem segurando cartão em frente ao computador - Foto: Getty Images

Um possível aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) está em discussão entre os secretários estaduais de Fazenda. Se for confirmada, a alta da alíquota do ICMS pode deixar mais caras as “comprinhas on-line” em sites estrangeiros.

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 36% dos brasileiros que já fizeram algum tipo de compra on-line deixaram de comprar produtos produzidos no Brasil para optar por itens importados em sites e aplicativos de outros países. Desses, 54% apontaram o menor preço do produto como a principal razão para essa escolha. O percentual é maior entre os mais ricos, alcançando 43% entre os entrevistados com renda familiar acima de cinco salários mínimos.

O levantamento ouviu 2.012 pessoas com idade a partir de 16 anos, em todas as unidades da Federação (UFs), exceto o Rio Grande do Sul. Os entrevistados foram ouvidos entre 17 a 30 de maio de 2024.

Apesar dos descontos oferecidos pelas lojas internacionais, o economista João Paulo Travasso Maia analisa que o atual cenário macroeconômico brasileiro pode ser desafiador para os produtos externos, visto a alta do dólar e o panorama de alta inflacionária. O especialista afirma que, de 2022 para 2023, houve um aumento expressivo na demanda por itens estrangeiros, mas que tudo pode mudar.

“A partir de agosto deste ano vimos o consumidor pagar uma alíquota de imposto também nos produtos que eram até 50 dólares, que até então eram isentos. Tende a ter uma mudança de panorama, no qual as pessoas vão evitar fazer essas compras justamente pela incidência de um imposto muito elevado e pelo dólar estar muito alto também”, avalia Maia.

Taxação

A retomada da taxação federal foi aprovada pelo Congresso Nacional no primeiro semestre deste ano e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entrando em vigor em agosto.

As mudanças foram feitas no âmbito do Programa Remessa Conforme, que cadastrou todas as plataformas de e-commerce na base de dados da Receita Federal. Desde 1º de agosto de 2024, todas as remessas internacionais passaram a ser sujeitas ao pagamento de tributos federal e estadual.

João Paulo Travasso Maia elucida que a partir de um possível reajuste no ICMS estadual, os consumidores tendem a reduzir as compras de produtos estrangeiros. Para o economista é preciso entender se o mercado brasileiro vai suportar a demanda que hoje é ocupada pelo mercado externo.

“É importante ficar de olho para entender. Primeiro, se a proposta vai passar. Segundo, como isso vai afetar realmente as plataformas em si, o comércio e as empresas de comércio estrangeiro e se realmente vai haver uma mudança de preferência do consumidor brasileiro no sentido de migrar para para um mercado nacional e também se o mercado nacional será capaz de abarcar essa nova demanda”.

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