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Pesquisa indica que 18% dos jovens de 16 a 24 anos abandonaram estudos por gravidez ou filhos

A principal justificativa mapeada pela pesquisa para a interrupção nessa faixa etária é pela necessidade de trabalhar para manter a família

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Imagem mostra mulher grávida. Pesquisa mostra que gravidez está entre as principais motivações para jovens deixarem a educação - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra mulher grávida. Pesquisa mostra que gravidez está entre as principais motivações para jovens deixarem a educação - Metrópoles - Foto: skaman306 / Getty Images

Cerca de 18% dos brasileiros de 16 a 24 anos que não estão matriculados em qualquer instituição de ensino abandonaram os estudos por motivações relacionadas a gravidez ou criação dos filhos. O dado faz parte de pesquisa do Sesi e Senai, divulgada nesta sexta-feira (26/5).

Entre os jovens de 16 a 24, a parcela que segue nos estudos (53%) supera o grupo que abandonou a atividade (47%). A principal justificativa para a interrupção é pela necessidade de trabalhar para manter a família, resposta apresentada por 36%.

Cerca de 14% dos jovens da faixa etária que deixaram os estudos dizem que tomaram a decisão por preferirem trabalhar a fim de conquistar o próprio sustento e autonomia. A parcela de pessoas que afirmou não ter tido interesse em continuar estudando ficou em 9%.

A pesquisa, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, entrevistou presencialmente pouco mais de 2 mil brasileiros com idades a partir de 16 anos. Foram ouvidas pessoas em todas as 27 unidades da federação, em dezembro de 2022.

Cenário ruim para a educação

A pesquisa vai além da faixa etária entre 16 e 24 anos. No que se refere a todo o grupo acima de 16 anos, apenas 15% dos brasileiros afirmam estar estudando atualmente, enquanto outros 85% dizem não estar matriculados em qualquer instituição de ensino.

A parcela de pessoas que abandonaram os estudos varia entre as regiões do país. No Sul, a fatia representa 89% da população acima de 16 anos. As demais regiões figuram na seguinte ordem: Sudeste (86%), Norte/Centro-Oeste (83%) e Nordeste (82%).

Entre homens, a parcela que afirma não estar matriculada em qualquer unidade de ensino representa 84%, enquanto entre as mulheres o grupo aglutina uma fatia de 86%.

Cenário preocupante

O diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, afirma que o cenário é preocupante e que pode ter sofrido influência da pandemia de Covid-19. “As razões são um tanto quanto perceptíveis, fazem parte de um sentimento geral da sociedade”, diz.

“[A pesquisa] trás para nós uma dura reflexão sobre a necessidade de melhorar a qualidade da educação, a atratividade da escola e, como um resultado geral, melhorar a produtividade das pessoas na sociedade”, complementa.

Os entrevistados também avaliaram o cenário da educação pública do país. Da amostra total, 30% consideram o serviço ótimo ou bom. Cerca de 44% afirmou ser regular, enquanto 23% avaliam como ruim ou péssima.

Para a educação particular, o cenário é melhor. Da amostra total, 50% consideram o serviço ótimo ou bom, enquanto cerca de 31% afirmou ser regular. Apenas 8% avaliam como ruim ou péssima.

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