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Pernambucana de 63 anos recebe menos de R$ 150 por mês

Enira vive com 11 familiares, sendo três crianças e três adultos com problemas de saúde. Na casa há apenas duas fontes de renda

atualizado

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Istok
Dirty kitchen is in the temporary apartment for living refugees
1 de 1 Dirty kitchen is in the temporary apartment for living refugees - Foto: Istok

A pernambucana Enira Rodrigues, 63 anos, é uma das 13,4 milhões de pessoas que vivem em condições de pobreza extrema no País, segundo a pesquisa Sínteses dos Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE).

Sem renda fixa, ela sobrevive de pequenos serviços, como faxina ou pegar ficha de atendimento em postos de saúde para outras pessoas, que não querem acordar de madrugada. “Um dá R$ 15, outro dá R$ 20”, diz, acrescentando que o montante arrecadado com os serviços não chega a R$ 150 no final do mês.

Enira vive numa casa simples e aconchegante, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, com 11 familiares, sendo três crianças e três adultos com problemas de saúde. Na família há duas fontes de renda – uma aposentadoria de um sobrinho deficiente e o salário de uma irmã. “Não tem feira grande, a comida é pouca, mas a gente consegue se alimentar”, comenta. “As crianças pedem brinquedo, patins, mas não temos condições de dar”, acrescenta.

A pernambucana comenta que já tentou receber o benefício do Bolsa Família, mas não conseguiu. Criou uma filha, que já não mora mais com ela, mas nunca com carteira assinada. Com sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos, ela desabafa: “É difícil, mas estamos levando, com a ajuda de Deus”.

Em situação relativamente semelhante vive o ex-mecânico José Givanildo Pires, 62, conhecido como Duda. Ele possui um barraco na Comunidade Carangueijo-Tabaiares, localizada entre os bairros de Afogados e Ilha do Retiro, na Zona Oeste do Recife, mas passa os dias vagando por bairros adjacentes a pedir esmola. Há cerca de 20 anos, Pires não tem renda alguma e sobrevive da ajuda de pessoas que lhes dão roupas e alimentos. Ele tem uma filha e três netos, mas prefere a “independência” de morar sozinho.

Com a perna direita mais curta do que a esquerda, Pires sai de casa diariamente com sua muleta e uma sacola com vasilhas, talheres e caneco plástico. E, segundo ele, normalmente volta com outra sacola com doações. “Não tenho renda, sobrevivo do que eu ganho na rua. Uns me dão sabonetes, outros comidas e roupas. Às vezes, me dão uns trocados”, diz. “Não sei quanto eu ganho por mês. O trocado que eu ganho hoje, já gasto hoje com alguma coisa que estou precisando”, relata.

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