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Permitir cultos é um atentado à vida, afirmam organizações evangélicas

Mais de 30 entidades assinam nota de repúdio contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Nunes Marques

atualizado

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Fieis frequentam as igrejas em fase de isolamento social. Brasília(DF), 16/04/2020
1 de 1 Fieis frequentam as igrejas em fase de isolamento social. Brasília(DF), 16/04/2020 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

São Paulo – A decisão do ministro do STF Kassio Nunes Marques de liberar a realização de cultos e missas em todo o país, no último sábado (3/4), tem sido criticada por juristas e cientistas, levando em conta o momento crítico que o país enfrenta na pandemia. Nas últimas 24h, mais de 4 mil brasileiros morreram por Covid-19.

A crítica também veio de um grupo formado por organizações evangélicas e membros de diferentes igrejas que entendem que, apesar da pressão de vários líderes religiosos para a realização das reuniões, a decisão do ministro é equivocada e não condiz com os preceitos bíblicos.

“Ora, parece que o magistrado desconhece o preceito bíblico que a verdadeira religiosidade se expressa em ‘visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tg 1: 26, 27)’”.

O grupo ainda afirma que “enquanto sobram fake news e cresce exponencialmente número de mortos por Covid-19, inclusive de nossas lideranças religiosas, chega a ser um atentado à vida estimular qualquer tipo de aglomeração”.

Os evangélicos defendem o culto presencial, mas somente após “o amplo processo de vacinação da população brasileira, ainda assim, mantendo todas as demais regras de controle, como uso de máscaras, higienizações criteriosas dos espaços físicos etc”.

“Observamos que os decretos estaduais e municipais com medidas de restrição são de caráter temporário e não permanente, e visam mitigar a crise sanitária amplificada com as novas variantes do coronavírus em todo o país. Esses decretos não incidem na liberdade de culto, que é um Direito Constitucional fundamental caríssimo ao Estado Democrático de Direito”, disseram.

Para Nilza Valéria Zacarias, jornalista e coordenadora nacional da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, o país vive um momento de banalização da barbárie: “É isso que estamos vivendo, são mais de 3 mil mortes por dia”, afirmou.

Caio Marçal, secretário da Rede Fale, uma organização cristã de Defesa de Direitos, que também assina o manifesto, explicou que o entendimento do grupo é um só: defender a vida das pessoas.

“Para nós a questão é muito simples: o verdadeiro templo de Deus são as pessoas e não edifícios feitos por mãos humanas. Proteger a vida de nossos irmãos nesse tempo de pandemia é o verdadeiro culto que oferecemos ao Deus que servimos”, afirmou Caio.

Leia o manifesto, aqui.

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