Perícia encontra fragmento de fuzil em corpo de Cauã, morto no Rio
Cauã da Silva dos Santos, 17 anos, foi baleado, morto e teve o corpo jogado em um valão em Cordovil, no RJ; família acusa policial militar
atualizado
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Rio de Janeiro – Perícia realizada no corpo de Cauã da Silva dos Santos, 17 anos, identificou fragmento de uma bala de fuzil alojado no corpo do adolescente morto na última segunda-feira (4/4). Ele foi baleado e depois jogado em um valão na comunidade Dourado, em Cordovil, zona norte do Rio.
O fragmento do projétil foi encontrado solto entre o pulmão e a caixa toráxica, na cavidade pleural esquerda, altura da costela. Segundo a perícia realizada pela Polícia Civil, a bala pode ter sido ricocheteada.
“O fragmento bateu no adolescente, ficou preso no coração e devido à gravidade, soltou e caiu na parede da caixa toráxica. O projétil estava solto, não chegou a ficar preso”, disse uma perita ao Metrópoles, que prefere não ser identificada.
O corpo do adolescente está sendo velado nesta quarta-feira (6/4) e será enterrado às 16h no cemitério de Irajá, zona norte da cidade.
Ainda sem conclusão, a perita acredita que Cauã possa ter morrido por hemorragia no coração ou parada cardíaca.
“Devido à lesão no coração, tudo indica que ele possa ter morrido por hemorragia e em consequência, uma parada cardíaca. A bala só não ficou alojada porque como o coração bombeia, e esse fragmento acabou sendo expelido”, explica a perita.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Em nota, informaram que testemunhas serão ouvidas e diligências estão sendo realizadas para esclarecer todos os fatos.
Já a Polícia Militar afirmou que os agentes envolvidos na morte de Cauã da Silva foram afastados das ruas, tiveram suas armas recolhidas e foram ouvidos pela DH da Capital e pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
Família acusa PM
Lutador de jiu-jitsu e de luta livre em um projeto social, Cauã também trabalhava em um ferro-velho. Ele foi baleado no peito ao deixar uma festinha para crianças na comunidade. Segundo a família, o adolescente não tinha envolvimento com o tráfico.
Segundo a Polícia Militar, não havia operação na comunidade na noite de segunda-feira.
Cauã estava retornando para casa com colegas e crianças menores, que ele deixaria em casa quando, segundo a família, foi atingido por militares que chegaram atirando. Em seguida, o corpo foi jogado em um valão.
Foram moradores e parentes que retiraram o corpo de Cauã. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas já chegou morto.