Perfil do TSE no TikTok usa memes para defender urna eletrônica

Em meio às discussões sobre a impressão do voto e aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à urna eletrônica, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) usa o perfil no TikTok, aplicativo de vídeos, para divulgar informações sobre a segurança do aparelho.

O perfil, criado em outubro de 2020, acumula mais de 30 mil seguidores. Com uma linguagem jovial, o TSE divulga informações sobre o modelo de votação brasileiro e sobre a urna eletrônica. As tendências do aplicativo, como vídeos coreografados e o uso de memes, tem feito sucesso na página do órgão.

A discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC-135/19) que analisa o voto impresso, na Câmara dos Deputados, estava prevista para a última semana, mas foi adiada para esta quinta-feira (15/7). O relatório apresentado é de autoria do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), favorável ao projeto.

A PEC é de autoria da presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro. A matéria é encampada pela base ideológica do presidente, mas possui poucas chances de prosperar.

TikTok

O vídeo mais recente publicado no TikTok do TSE explica quais regras são permitidas durante o período eleitoral. As imagens mostram que usar placas e outdoors de apoio a possíveis candidatos, por exemplo, é proibido.

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Outro vídeo publicado na página lista cinco formas de fiscalizar as eleições. A segurança dos pleitos tem sido um dos principais alvos das críticas do presidente Jair Bolsonaro. Ele tem insistido na tese de que a urna eletrônica — que o elegeu para sucessivos mandatos na Câmara dos Deputados e para a Presidência da República, em 2018, — é passível de fraude.

Para o mandatário, a impressão do voto garantiria mais segurança aos pleitos, já que os eleitores poderiam conferir, na cédula impressa, se o candidato escolhido foi, de fato, votado no sistema eletrônico.

No TikTok, o TSE mostra que, para garantir que não houve fraudes, o cidadão pode conferir boletins de urna, denunciar práticas indevidas, cobrar eleitos e eleitas, ser mesário e acompanhar Testes Públicos de Segurança (TPS) e o teste de integridade dos aparelhos.

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A página também conta com vídeos que desmentem notícias falsas, como a de que um ataque hacker teria atrasado a divulgação do resultado das eleições municipais de 2020. “O atraso na divulgação foi causado porque um equipamento utilizado na totalização chegou em cima da hora e não deu tempo para os técnicos fazerem os testes necessários”, informou um porta-voz do TSE na rede social.

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@tsejusA urna eletrônica trouxe mais segurança ao voto ##urnaeletrônica ##eleitor ##AgoraVoceSabe♬ som original – TSEJus

Em maio deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) chamou atenção dos internautas por uma publicação em que debocha de quem “defende o voto impresso em pleno século XXI”. O vídeo no perfil verificado do órgão no TikTok tem mais de 31 mil curtidas e relaciona o voto impresso com o passado.

Ataques

Em entrevista na última quarta-feira (7/7), o presidente Jair Bolsonaro fez novas acusações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, em razão da atuação contrária ao voto impresso. Bolsonaro disse à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, que Barroso tem “interesse pessoal” em barrar a impressão do voto.

“Por que o Barroso não quer mais transparência nas eleições? Porque tem interesse pessoal nisso. Ele está se envolvendo numa causa como essa e interferindo no Legislativo, isso é concreto, porque depois da ida dele ao Parlamento várias lideranças trocaram os integrantes por parlamentares que vão votar contra o voto impresso”, acusou Bolsonaro.

Bolsonaro ainda chamou Barroso de “um péssimo ministro” e disse que ele defende a legalização das drogas e o aborto abertamente. “Um ministro como Barroso, o que esse cara faz no Supremo? Ele quer destruir a nossa democracia”, concluiu.

Atual presidente do TSE, Barroso atua contra a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) para tornar o voto impresso obrigatório e tem recebido parlamentares para tratar do assunto. Os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, que também integram o TSE, uniram-se ao ministro na defesa da urna eletrônica.