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“Pelado narrou com detalhes o crime”, diz superintendente da PF-AM

Novas prisões devem ocorrer a qualquer instante. Restos humanos encontrados serão encaminhados para Brasília

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O superintendente regional da PF do Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou em coletiva na noite desta quarta-feira (15/6) que o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, de 41 anos, confessou voluntariamente as execuções do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira e narrou com detalhes o crime realizado.

Conforme antecipou a coluna Na Mira, do Metrópoles, a PF localizou os restos mortais das vítimas nesta quarta, no local onde estavam sendo feitas as escavações.

De acordo com o superintendente, Pelado apontou voluntariamente onde enterrou os corpos e onde afundou a embarcação. Uma reconstituição do crime também foi realizada nesta quarta. Os remanescentes humanos serão enviados para Brasília, onde será feita uma perícia para confirmar a identidade.

Estão sendo realizadas novas escavações na região, mas, por ser de difícil acesso e não haver sinal telefônico no local, policiais devem ir de barco até a cidade mais próxima para levar mais informações sobre o andamento das buscas.

“Saímos logo cedo em direção ao local. Realizamos uma reconstituição do crime e fomos até o local onde ele [Pelado] anunciou que havia enterrado os corpos e onde afundou a embarcação, como a investigação estava nos mostrando”, explicou o policial. “[Pelado] Narrou com detalhes o crime realizado”.

O superintendentes explicou que a lancha em que as vítimas estavam foi localizada e será recuperada nesta quinta-feira (16/6). De acordo com o testemunho de Pelado, eles retiraram o motor da embarcação e colocaram sacos de areia para afundá-la.

Eduardo Fontes ainda ressaltou que, além dos dois homens que já estão presos, há uma terceira pessoa suspeita de ter participado do crime. “Novas prisões devem ocorrer a qualquer instante”, afirmou.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

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Ouviu os disparos

Ao longo do dia, investigadores da PF colheram novos detalhes sobre a confissão de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, de 41 anos. O pescador ilegal revelou aos policiais que chegou a ouvir os disparos que tiraram a vida do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.

Pelado, entretanto, negou que tenha participado diretamente das execuções. “Ele falou que, quando chegou no local, o indigenista e o jornalista já estavam mortos. Logo depois, os corpos foram parcialmente carbonizados, mas ainda poderiam ser identificados. Seu envolvimento mais efetivo teria sido ao enterrar as vítimas”, afirmou uma fonte da PF ouvida pela coluna Na Mira.

A motivação da barbárie, de acordo o policial, teria sido a pesca ilegal do pirarucu na região. O peixe é uma das carnes mais apreciadas do país, especialmente na Região Norte. A reserva indígena no Vale do Javari frequentemente é invadida por pescadores irregulares. Criminosos faturam cerca de R$ 100 por cada quilo de pescado vendido.

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