Pela 1ª vez negros e pardos são maioria em universidades públicas
Pesquisa do IBGE aponta que avanço se dá devido ao sistema de cotas que reserva vagas a candidatos de determinados grupos populacionais
atualizado
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Pela primeira vez na história, estudantes que se declaram de cor preta ou parda são maioria nas universidades públicas do Brasil. Os alunos representam 50,3% dos estudantes de ensino superior da rede pública, de acordo com a pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça Brasil, divulgada nesta quarta-feira (13/11/2019), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2018, o Brasil tinha mais de 1,14 milhão de estudantes declarados pretos ou pardos. No mesmo ano, os brancos ocupavam 1,05 milhão de vagas em instituições de ensino superior federais, estaduais e municipais.
Segundo Luanda Botelho, pesquisadora do IBGE, a pesquisa mostra melhoras em geral na educação, mas a desigualdade ainda é grande.
“Com democratização do acesso ao ensino superior e também com mais jovens se declarando de cor preta ou parda, atingiu-se pela primeira vez essa proporção, de mais da metade”, disse.
A pesquisa aponta que o avanço se dá devido ao sistema de cotas que, desde 2012, reserva vagas a candidatos de determinados grupos populacionais.
Em 2016, a Lei Federal de Cotas determinou que ao menos 50% das vagas disponíveis no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) devem ser reservadas para atender critérios de renda, cor ou raça.
Apesar de agora representar a maioria nas instituições de ensino superior na rede pública, a população de cor preta ou parda permanece sub-representada, sendo 55,8% da população brasileira.