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Peixes parecidos com tubarão assustam banhistas na Urca

Espécie não é nativa do local e é comumente criada em cativeiro para consumo

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Bijupira, peixe confundido com tubarão na praia da Urca – RJ
1 de 1 Bijupira, peixe confundido com tubarão na praia da Urca – RJ - Foto: Reprodução / WhatsApp

O surgimento de vários peixes parecidos com tubarões deixaram os banhistas da praia da Urca, no Rio de Janeiro, em clima de tensão na manhã do domingo (7/10), de acordo com informações do site do jornal Extra. Mesmo aqueles que nunca viram um tubarão de perto afirmavam que aqueles peixes se pareciam muito com um. Por via das dúvidas, os banhistas que estavam na água acharam melhor sair de cena.

Passado o susto, a verdadeira identidade dos protagonistas foi revelada: os peixes em questão eram bijupiras, que servem para consumo e não oferecem riscos aos humanos. Peixe de escamas pequenas, cabeça grande e achatada, o bijupira pode alcançar dois metros de comprimento e 50 quilos. De cor marrom escuro, tem o ventre amarelado. Resta saber quem soltou os peixes na água.

Eduardo Fernandes, que tem um ponto de stand up paddle na Urca, disse que viu os bijupiras na água, mas não sabe como foram parar lá. Ele, que até confundiu os bichos com cações, diz que não teve medo das companhias inusitadas.

“Aqui no Rio já mergulhei ao lado de tubarão sem medo. Em Recife é perigoso porque lá o meio ambiente está muito desequilibrado. Aqui tem alimento na água para ele. Se você não mexe com o tubarão, ele não faz nada com você. Mas se era outro peixe na Urca, é mais tranquilo”, disse Eduardo, que só ouviu histórias sobre os novos moradores da praia: “Soube que umas pessoas soltaram alguns na água. Mas ninguém disse quem foi”.

Fotos dos bijupiras nadando na praia, na altura do Istituto Europeo di Design (IED), estão circulando em grupos de Whatsapp, e, quem ainda não sabe da confusão, continua afirmando que são tubarões.
Soltar peixes no mar sem o devido controle, mesmo que sejam aparentemente inofensivos, é perigoso, alerta o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor presidente do AquaRio. Segundo ele, alterações da população marinha podem levar ao desequilíbrio do fundo do mar.

“Isso não deve ser feito em lugar algum. Na Ilha Grande e em Ilha Bela há criação de bijupira em cativeiro, por exemplo, para o consumo. Ele é comum na costa brasileira, mas soltar qualquer espécie em praia, sem controle, é arriscado. Na Flórida, introduziram o peixe-leão de forma errada e hoje ele se tornou um predador voraz. Não é o caso do bijupira, mas é um exemplo do quanto é arriscado fazer isso sem a devida orientação”.

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