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“Pegou minha mão e colocou no pênis dele”: veja denúncias que levaram ginecologista à prisão

Pacientes de Anápolis (GO) denunciaram o profissional à Polícia Civil em diferentes épocas entre 2020 e 2021, antes do caso ter repercussão

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goias medico suspeito abuso sexual
1 de 1 goias medico suspeito abuso sexual - Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Goiânia – Denúncias contra o médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau, de 41 anos, eram recorrentes antes do caso ter repercussão pública. Três pacientes denunciaram o profissional em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, entre junho de 2020 e setembro de 2021.

Essas denúncias embasaram o pedido de prisão preventiva do médico no último dia 29/9. Ele foi solto cinco dias depois com tornozeleira eletrônica. Os relatos são de pacientes desesperadas, que relataram toques impróprios nos órgãos sexuais, conversas de cunho sexual e quadrinhos pornográficos.

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Ginecologista suspeito de crimes sexuais se defendeu em entrevista para a TV Anhanguera
"Posso testar?", perguntou o médico a uma paciente que questionava sobre anel vaginal
Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019
Polícia Civil ouviu cerca de 50 vítimas de ginecologista suspeito de violação sexual
Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude
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Médico chegou a ser condenado por abuso de 2018

PCGO
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Ginecologista suspeito de crimes sexuais se defendeu em entrevista para a TV Anhanguera

TV Anhanguera
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"Posso testar?", perguntou o médico a uma paciente que questionava sobre anel vaginal

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Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019

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Polícia Civil ouviu cerca de 50 vítimas de ginecologista suspeito de violação sexual

Arquivo pessoal
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Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude

PCGO
Sites pornográficos

A denúncia mais recente antes da prisão foi de uma paciente de 45 anos, no último dia 15 de setembro. O assédio teria ocorrido durante um exame de ultrassom vaginal. Durante o procedimento, o médico teria perguntado sobre parceiros sexuais, orgasmo e indicado sites pornográficos.

Em certo momento, o profissional teria colocado o dedo na vagina da paciente e pediu para ela continuar contraindo. “Você precisa fazer desse jeito”, teria dito o ginecologista, enquanto massageava o órgão sexual da vítima.

“Some daqui!”

A paciente contou na delegacia que na mesma hora percebeu que tinha algo errado, pulou da mesa de exames e gritou: “Some daqui, que eu quero trocar minha roupa!”.

O médico teria respondido, segundo a vítima: “Calma, que ainda não terminei”. A paciente relatou que saiu correndo da sala, assustada e ligou para o esposo. Ela procurou a delegacia no mesmo dia.

Puxão de cabelo

Já em novembro do ano passado, uma paciente de 21 anos, que tinha acabado de ter um bebê, procurou a delegacia no mesmo dia que teria sido assediada.

A vítima reclamou ao médico de uma dor no pé da barriga. O ginecologista teria falado que o marido da paciente não a estaria estimulando sexualmente da forma correta e que ia mostrar o jeito certo.

Segundo relato da paciente, o obstetra penetrou dois dedos na vagina e pediu para contrair e mexer o quadril, com a suposta intenção de mostrar o “ponto G”.

“Eu paralisei e não sabia o que estava acontecendo”, relatou a vítima, que disse ter ficado nervosa, mas que confiou no médico inicialmente, achando que ele queria ajudá-la.

Na sequência, o médico teria pedido para a paciente tirar a camisola e teria tocado em várias partes de seu corpo. O profissional teria perguntado se ela fazia sexo anal e com a resposta negativa, teria dito “por que não, que era muito bom.”

“Levantou meu cabelo e segurou e puxou. Passou a mão no meu corpo e pegou no meu seio e falou que tinha que ir devagar e passou a mão na minha barriga e depois na minha vagina, e pressionou acima do meu clitores. Ali e na minha bunda”, disse a vítima em seu relato.

A paciente contou ainda que, na mesma consulta, o médico pegou a mão dela e levou até o pênis dele “para ela sentir que ele estava excitado”.

“Mão pesada”

Na mesma oportunidade, o ginecologista teria mostrado imagens no celular de brinquedos sexuais, quadrinhos eróticos e teria chegado a indicar sadomasoquismo.

“Eu gosto, mas não muito agressivo, bater de uma forma mediana. Se eu te batesse com minha mão pesada, ia te machucar”, teria dito o médico, segundo a vítima.

Além disso, de acordo com a paciente, o ginecologista chegou a sugerir que o marido a traía e que a dor no pé da barriga poderia ser uma doença sexualmente transmissível. Ela também procurou a delegacia no mesmo dia.

Pompoarismo e orgasmo

Das três denúncias de Anápolis, a primeira foi de uma jovem de 29 anos que procurou a polícia em junho de 2020. Ela relatou que foi assediada no momento da coleta de um material. O médico ficou perguntando sobre pompoarismo e se ela tinha orgasmo.

Depois da prisão, cerca de 50 mulheres denunciaram o profissional na Delegacia da Mulher de Anápolis. No entanto, algumas pediram para retirar a denúncia posteriormente, depois que o profissional foi solto, segundo a delegada Isabella Joy.

As vítimas estariam sentindo medo e intimidação, principalmente depois que o médico foi preso por determinação da Justiça. Na quarta-feira (6/10) ele foi interditado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e impedido temporariamente de exercer a medicina. Anteriormente, ele já tinha sido interditado também pelo conselho do Distrito Federal.

Antecedentes

O ginecologista tem uma condenação em primeira instância de dezembro de 2020 por importunação sexual. Segundo a vítima, o profissional colocou o dedo em suas partes íntimas, encostando nela por trás, durante um exame, em 2018, em uma clínica do Samambaia (DF).

Uma pessoa do Paraná chegou a denunciá-lo anteriormente, mas o caso foi arquivado. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou temporariamente o profissional, que está proibido de exercer a medicina em todo o país.

A defesa do ginecologista tem dito que as denúncias feitas contra o profissional têm relação com o “simples exercício profissional”. “O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota assinada pelo advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.

A delegada Isabella Joy disse, após manifestação do médico em entrevistas na qual se defende, que ele desenvolve um comportamento machista típico de agressor ao tentar culpar as vítimas.

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