metropoles.com

PEC das Drogas: Salles desiste de alterações para acelerar discussão

Proposta está pautada para terça-feira (4/6) na CCJ da Câmara. O relator, Ricardo Salles, queria equiparar traficante e usuário, mas recuou

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Imagem colorida do Deputado federal Ricardo Salles, relator da CPi do MST 2
1 de 1 Imagem colorida do Deputado federal Ricardo Salles, relator da CPi do MST 2 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2023, a PEC das Drogas, deputado Ricardo Salles (PL-SP), desistiu de fazer alterações no texto. O relatório dele vai manter o projeto como veio do Senado. O recuo se dá com o objetivo de acelerar a discussão e evitar que a PEC volte para uma segunda análise dos senadores. PECs só terminam de tramitar quando as duas Casas chegam a um consenso.

“Em razão da celeridade necessária, decidimos manter e aprovar o texto original do Senado”, adiantou Salles ao Metrópoles.

A PEC está pautada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para terça-feira (4/6). No entanto, governistas devem pedir vista, ou seja, mais tempo para analisar o texto.

Salles afirmou que, na CCJ, o projeto “com certeza” vai ser aprovado antes do recesso parlamentar, previsto para 18 de julho. No plenário, o relator explicou que vai depender da vontade do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Inicialmente, Salles queria equiparar traficante e usuário, endurecendo ainda mais a proposta, mas declinou. No texto aprovado pelo Senado, são estabelecidas apenas medidas educativas a quem consumir drogas. No entanto, não ficam claros os critérios de como será executada a diferenciação para um traficante, por exemplo.

Um dos panos de fundo para tentar acelerar a discussão e aprovar a PEC é concluir o debate no Congresso antes da retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento está parado na Corte por um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Entenda a PEC das Drogas

A PEC nº 45/2023 foi apresentada em setembro do ano passado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), logo depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas, após oito anos de discussão.

Em abril, os senadores aprovaram por ampla maioria em dois turnos a proposta. Toda proposta de emenda à Constituição tem de ser discutida e votada em dois turnos em cada Casa do Congresso, e só é considerada aprovada se obtiver pelo menos três quintos dos votos dos deputados (308 votos) e dos senadores (49 votos) em cada um dos turnos. Caso isso ocorra, a PEC é promulgada pelo Congresso, e o texto, inserido na Constituição Federal.

A PEC das Drogas transforma em crime a posse ou o porte de qualquer droga ilícita, independentemente da quantidade. Além disso, prevê que seja observada distinção entre traficantes e usuários, mas não detalha qual seria o critério de diferenciação. Ao usuário a proposta aponta aplicação de penas alternativas à prisão e tratamento contra a dependência química.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?