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PEC da Anistia: tema não entra na CCJ, e discussão fica para agosto

Senadores discutiram a possibilidade de votar proposta antes do recesso, mas texto não foi pautado. Presidentes de partidos têm pressa

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Igo Estrela/Metrópoles
Presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
1 de 1 Presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 9/2023, que visa anistiar os partidos políticos que não destinaram recursos para candidaturas de pessoas pretas e pardas nas eleições, não entrou na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado desta quarta-feira (17/7). Nesta semana, a inclusão da PEC na pauta chegou a ser discutida entre os senadores, mas não foi concretizada. Agora, o texto deve ser votado pelo colegiado em agosto.

Durante a reunião, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) perguntou ao presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se o tema seria incluído na reunião. Alcolumbre negou que incluiria propostas que não estavam previamente previstas.

“Eu, apenas, sem tentar polemizar ou politizar a fala de Vossa Excelência, vou manter o que disse na última reunião para a convocação desta reunião semipresencial: nós teremos apenas nesta reunião a decisão sobre dois itens. Esta presidência, conforme foi combinado, não fará a inclusão de nenhum item extrapauta”, declarou o presidente da CCJ.

Os dois itens citados por Alcolumbre eram a votação de um projeto que torna crime a criação de barreiras para impedir acesso a praias e a proposta que amplia a autonomia do Banco Central. Ambas acabaram adiadas.

Depois da reunião, o presidente da CCJ disse à jornalistas que a proposta vai ser discutida na primeira sessão depois do recesso parlamentar, em agosto. Alcolumbre não adiantou quem ele deve indicar como relator da proposta. A pressão para acelerar a proposta vem dos presidentes de partidos políticos.

A Câmara aprovou o texto na semana passada horas antes de entrar em recesso.

Na sexta-feira (12/7), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a PEC não seria apreciada de forma apressada na Casa. “Posso garantir que não haverá qualquer tipo de açodamento (pressa) no encaminhamento desta questão. Vamos tomar a melhor medida possível após debate”, afirmou.

Lira falou em compromisso do Senado

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na segunda-feira (15/7) que ouviu de presidentes partidários que havia um compromisso de Pacheco em votar o tema o quanto antes no Senado, contradizendo a declaração de sexta do congressista.

“Lógico que esse assunto só foi para a pauta porque os líderes e presidentes de partido, eu cito aqui vários, disseram que há um compromisso do presidente do Senado em pautar essa matéria”, afirmou Lira à CNN Brasil.

“Porque nem eu nem ninguém fica satisfeito em discutir uma matéria que cause esse desconforto de informação um dia depois de você entregar um texto de regulamentação de reforma tributária. Mas existia uma demanda”, explicou o presidente da Câmara.

Lira ainda completou a fala dizendo que a informação do compromisso de Pacheco em votar o tema veio do presidente do PSD, Gilberto Kassab. “A mim chegou a informação de que Pacheco vai pautar a matéria. Inclusive do presidente do partido dele, do PSD, o Gilberto Kassab”, finalizou.

A PEC da Anistia

Um ponto do texto determina que os partidos deverão destinar, obrigatoriamente, 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do Fundo Partidário às candidaturas de pessoas pretas e pardas, mas a distribuição deve levar em consideração os interesses partidários

Todavia, o parágrafo seguinte da proposta determina que as aplicações de recursos de qualquer valor em candidaturas de pessoas pretas e pardas realizadas pelos partidos nas eleições anteriores à promulgação da PEC devem ser consideradas cumpridas.

O projeto também reforça a imunidade tributária dos partidos políticos e cria um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) específico para as siglas. O intuito é facilitar a regularização de dívidas tributárias e não tributárias, retirando juros e multas acumulados e autorizando o pagamento com correção monetária em até 180 meses.

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