Peão brasileiro morre após ser pisoteado por touro nos Estados Unidos
Amadeu Campos Silva, de 22 anos, disputava a segunda divisão da PBR mundial, na cidade de Fresno, Califórnia
atualizado
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Amadeu Campos Silva, peão brasileiro de 22 anos, morreu pisoteado por um touro enquanto disputava a categoria Velocity Tour, segunda divisão da Professional Bull Riders (PBR), nesse domingo (29/8), na arena de Fresno, na Califórnia (Estados Unidos).
Amadeu é o primeiro brasileiro a morrer nas disputas da PBR norte-americana, competição que é dominada pelos peões do Brasil há anos.
O peão João Ricardo Vieira, atualmente o quinto no ranking mundial, homenageou o amigo no Facebook. Na postagem, ele escreveu: “Respeitem os peões. Quando saímos de casa, não sabemos se iremos voltar. Quando acenamos a cabeça nos brites, não sabemos se iremos fazer isso outra vez”.
João Ricardo afirmou, em entrevista ao Globo Rural, que esteve com os pais da vítima, que também estão nos EUA, na noite de domingo e prestou sua solidariedade.
“Eles estão desesperados. Amadeu era o caçula e sempre ajudou a família. Os pais vieram para cá para viver com ele esse sonho de buscar uma vida melhor. O menino tinha o sonho de ajudar a família e comprar um sítio no Brasil”, contou Vieira.
João Ricardo afirmou que Amadeu tinha seguro de vida, assim como todos os peões da competição. A PBR está dando suporte aos pais da vítima e pagará as despesas tanto se eles decidirem enterrar o corpo do filho nos EUA ou no Brasil.
Tragédia
Vieira relatou que todos estão “muito abalados. A gente sabe dos riscos, mas nunca estamos preparados para uma tragédia como essa”.
O primeiro e único salva-vidas de rodeio brasileiro a atuar na PBR nos Estados Unidos, Lucas Belli Teodoro, de 33 anos, também conhecido como Gauchinho, afirmou que a morte de Amadeu é uma tragédia.
Apesar de não estar na arena no momento do acidente, Gauchinho disse que “todos estão muito sentidos porque ele era um menino querido por todos”.
Flavio Campos Silva, o Jaru, pai de Amadeu, pediu respeito e não deu declarações sobre o falecimento do filho.
Amadeu Campos Silva morava em Decatur, cidade do Texas, e estava nos EUA desde o ano passado. Nascido em Altair, São Paulo, ele havia voltado às competições na etapa anterior no dia 14 de agosto, em Springfield, depois de operar os dois ombros, o que o tirou dos rodeios por oito meses.
Amadeu terminou a etapa em terceiro lugar e somava 104 pontos na classificação, com US$ 42 mil em premiações.
Caubói com potencial
O CEO da PBR, Sean Gleason, publicou uma nota de pesar nas redes sociais e descreveu Amadeu como uma estrela em ascensão no esporte, “um caubói com muito potencial dentro e fora da arena”.
A PBR não divulgou outras informações sobre a morte do peão, que foi atirado pelo touro ao chão e pisoteado em seguida. Ele foi socorrido no local e chegou a ser levado ao Community Regional Medical Center, em Fresno, mas não resistiu.
Amadeu montava usando um colete kevlar de proteção, usado por todos os competidores desde 1989, que dispersa o impacto do peso do animal em situações de pisoteio, e usava um capacete, obrigatório para peões que nasceram depois do dia 15 de outubro de 1994.
A última morte que aconteceu na PBR dos Estados Unidos aconteceu em 15 de janeiro de 2019, no rodeio de Denver. O norte-americano Mason Lowe foi a terceira vítima fatal de um evento oficial da PBR, desde sua fundação, em 1992.
Já no Brasil, a última morte de um peão na PBR foi a de Giliard Antonio, em 13 de maio de 2018, em um rodeio disputado em Maringá, no Paraná. Ele também foi pisoteado por um touro, depois de cair. O trauma rompeu um músculo do coração da vítima.