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PCDF investiga outros envolvidos em atentado a bomba frustrado no aeroporto do DF

PCDF abriu inquérito sigiloso para apurar identidades de outros envolvidos em tentativa frustrada de explodir bomba no aeroporto de Brasília

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1 de 1 foto-bomba-aeroporto - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A investigação que apura a tentativa de ataque terrorista no Aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado foi finalizada e três envolvidos viraram réus na Justiça. Isso, no entanto, não dá por encerrada a apuração sobre quem são os responsáveis: pelo menos duas pessoas que tiveram participação direta nos eventos ainda não foram identificadas e um inquérito sigiloso foi aberto para apurar a identidade desses sujeitos ocultos.

O relatório final produzido pela Polícia Civil do DF admite que ainda existem pontas soltas. “Até o momento, ainda não foi possível identificar quem teria sido a mulher citada por George Washington e demais envolvidos na elaboração dos planos de explosão. Também ainda não se identificou o manifestante que teria fornecido um controle remoto e quatro acionadores utilizados para a confecção do artefato explosivo”, diz o inquérito.

Os dois desconhecidos foram citados por George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, em depoimento. Ele foi o primeiro a ser preso, ainda no dia 24 de dezembro, madrugada em que aconteceu a tentativa de ataque – o homem já era monitorado pela Polícia Federal, que repassou as informações à polícia de Brasília. Ele era um dos frequentadores do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército e admitiu que foi lá que se deu o planejamento do crime.

Já em 22 de dezembro, os acampados discutiam a possibilidade de se provocar uma explosão no estacionamento do aeroporto. “No dia seguinte, (23/12/2022) uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria a decretação do estado de sítio”, disse o réu. A ideia, depois, foi abandonada, mas persistia o objetivo de se usar explosivos.

Três suspeitos de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília viram réus

“Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba. No dia 23/12/2022, por volta 11h30, um manifestante desconhecido que estava acampado no QG me entregou um controle remoto e quatro acionadores”, completou George Washington. São esses dois envolvidos, um homem e uma mulher, que ainda não foram identificados pela polícia.

“Estamos com inquérito para apurar a participação de outras pessoas, mas está em sigilo”, garantiu Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor). Foi na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, subordinada à Decor, que os réus foram investigados.

O atentado

Depois de aceitar a ideia da mulher acampada em frente ao QG e construir a bomba com a ajuda de outro bolsonarista, Washington entregou o explosivo a Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32, que se ofereceu para posicionar e ativar o detonador. Na madrugada de 24 de dezembro, véspera de Natal, Alan Diego e o terceiro envolvido identificado, Wellington Macedo de Souza, 47, entraram em um carro e passaram a rodar por diferentes pontos do centro de Brasília, por fim, optaram por fazer o atentado perto do aeroporto.

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Monitoramento do Departamento de Estradas de Rodagem aponta movimentação de terroristas na área central de Brasília no dia do ataque frustrado

O blogueiro Wellington Macedo já havia sido preso em 9 de setembro de 2021. Antes, havia sido alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito que apurou manifestações bolsonaristas em 7 de Setembro. Ele deixou a cadeia em 15 de outubro do mesmo ano, mas precisou usar tornozeleira eletrônica e estava com o dispositivo durante a tentativa de ataque terrorista. Com a localização da tornozeleira, a polícia pôde confirmar que o blogueiro era uma das pessoas dentro do carro que posicionou o bomba no caminhão-tanque.

Os dois réus passaram diversas vezes ao lado do caminhão, primeiro para definir o alvo e depois para pensar na melhor forma de executar o atentado. Por fim, às 3h15, o veículo onde estavam os acusados se move quase parando ao lado do caminhão, numa velocidade de 19km/h. É nesse momento que Alan, acreditam os investigadores, posicionou o explosivo no caminhão. Wellington seria o motorita do carro, que pertence à esposa dele.

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Relatório da polícia aponta onde estava o explosivo
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Motorista de caminhão tirou foto depois de tirar bomba do veículo

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Relatório da polícia aponta onde estava o explosivo

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Fuga

Dos três réus, apenas George Washington não conseguiu escapar da polícia, mas não por falta de tentativa. Depois de saber pela TV do plano de ataque frustrado, ele juntou sua bagagem, que incluía um poderoso arsenal e munições, e tentou escapar. Mas antes foi abordado pelos agentes que o monitoravam.

Não há informações no relatório sobre o plano de fuga de Alan, que escapou. Já Wellington arrancou a tornozeleira eletrônica e fugiu, dados de monitoramento de placas de carro do Ministério da Justiça mostram que ele rumou para o Mato Grosso do Sul, mas continua foragido. A Polícia Federal está atrás dos dois suspeitos.

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Monitoramento do Ministério da Justiça aponta que suspeito fugiu para Mato Grosso do Sul

Os autos foram remetidos à Procuradoria-Geral da República para que as partes sejam incluídas na Operação Nero, que apura os responsáveis pelo ataque à sede da Polícia Federal em 12 de dezembro; o caso tramita no STF. Além disso, deve ser aberta ação em uma das varas criminais da Seção Judiciária do DF, para que a Justiça Federal constate eventuais crimes contra o Estado Democrático de Direito.

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