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PCC desembolsou R$ 1,2 milhão em plano para sequestrar e matar Moro

Registros da facção criminosa foram apreendidos pela PF durante investigação para barrar ataques a Moro e outros agentes públicos

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Ex-juiz Sergio Moro chega no evento de lançamento da pré-candidatura à presidência da república do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar
1 de 1 Ex-juiz Sergio Moro chega no evento de lançamento da pré-candidatura à presidência da república do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A maior facção criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), desembolsou mais de R$ 1,2 milhão no plano para matar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades. Os registros contábeis, elaborados pela quadrilha, foram apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante a investigação que desarticulou os ataques contra agentes públicos do país.

Os documentos obtidos pela PF mostram a organização do grupo criminoso, que controlava todos os gastos relativos ao plano de execução de autoridades. Em um dos arquivos, constam itens como aluguel de imóveis, gastos com alimentação, combustível e pedreiro para construir o cofre onde seriam escondidas armas.

O relatório elaborado pelo Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), que leva a assinatura do delegado Martin Bottaro Purper, foi obtido pelo jornal O Globo e revela gastos estimados por integrantes da facção, que, somados, chegam a mais de R$ 1,2 milhão. Os dados estavam em diferentes celulares e endereços de e-mail e foram colhidos após informações de uma testemunha.

 

A testemunha seria um ex-integrante da facção que decidiu delatar os antigos comparsas após ser jurado de morte. Segundo ele, os registros estariam ligados a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, apontado pela PF como chefe da célula que vinha arquitetando os atentados contra Moro e outras autoridades.

Codinomes

A investigação aponta que os suspeitos de planejar o sequestro e a morte de autoridades utilizavam códigos e codinomes para atrapalhar uma eventual operação a respeito do plano.

De acordo com a decisão da juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal do Paraná, o grupo criminoso deu a Moro o codinome “Tokio”. Uma troca de mensagens anexa ao documento expedido pela Justiça ainda mostra que o termo “sequestro” era substituído por “Flamengo”.

Um registro no no bloco de notas de um dos celulares apreendidos traz uma série de gastos vinculados a “Tokio”. A lista inclui R$ 50 mil de custos iniciais, R$ 12 mil com viagens, R$ 55 mil para adquirir um carro, R$ 50 mil para aluguéis e manutenção e R$ 110 mil com um fuzil, entre outros itens. Só esta anotação totaliza R$ 564,5 mil.

Os nomes de outros clubes de futebol eram usados pelos suspeitos para despistar as autoridades. “Fluminense” substituía a palavra “ação”. “Ponte Preta” também aparece na troca de mensagens, mas a investigação não conseguiu identificar o significado.

Outro código utilizado era “México”, como forma de substituir a referência ao estado de Mato Grosso do Sul.

Perseguição

A PF aponta que integrantes do PCC já haviam dado início à execução do plano para sequestrar Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Os criminosos alugaram imóveis na rua do senador e chegaram a seguir a família do ex-juiz desde, pelo menos, janeiro deste ano. Devido ao risco de atentado, Sergio Moro e seus familiares já estavam com escolta da Polícia Militar do Paraná.

A contabilidade em uma das contas de e-mail enumerava alugueis de diferentes imóveis em Curitiba, no Paraná, cidade onde o ex-juiz e sua família mantinham residência. Entre os dias 1º e 27 de setembro do ano passado, foram locados um apartamento, com o custo de R$ 10 mil, uma casa, a R$ 6 mil, e uma chácara, custando R$ 5 mil. O bando também investiu R$ 3,5 mil em móveis, R$ 1 mil em viagens, R$ 17,8 mil com carro e R$ 2 mil em alimentação e combustível.

De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam feitos para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, que está preso.

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