PCC: advogado que falsificou HC de Fuminho, aliado de Marcola, é preso
Homem foi preso em Goiânia pela Polícia Militar após compartilhamento de informações
atualizado
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A Polícia Militar de Goiás (PM-GO) prendeu nesta segunda-feira (24/6), em Goiânia, um advogado suspeito de falsificar um habeas corpus e inserir documentos falsos no sistema informatizado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). As ações eram uma tentativa de libertar Gilberto Aparecido dos Reis, conhecido como Fuminho, braço direito de Marcola, líder máximo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O advogado se chama Augusto Cesar Moraes Casaro, de 48 anos. A prisão foi realizada após o compartilhamento de informações entre o Centro Integrado de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a Agência Central de Inteligência da Polícia Militar de Goiás e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-PF-GO).
Augusto estava foragido desde o último dia 13, quando a juíza Máriam Joaquim, do Foro de Itapecerica da Serra, aceitou a denúncia por falsificação de papéis públicos. O mandado de prisão foi em caráter preventivo.
O empresário Sandro Moretti, de 49 anos, teria participação por tentar enganar a Justiça para soltar Fuminho. A empreitada de Sandro teve participação de outros dois comparsas, sendo Augusto um deles. O terceiro foi o também advogado José Pedro Candido de Araújo. Eles tentaram, em dezembro de 2022, fraudar um habeas corpus para libertar Fuminho.
Augusto foi quem utilizou o próprio login para inserir o documento falso no processo. A participação de José Pedro foi descoberta porque ele acessou os autos em horário próximo ao da fraude.
O esquema, no entanto, foi descoberto antes de a falsa ordem ser cumprida. Sandro é considerado pelas autoridades como sócio de Marcola. Ele já foi condenado a mais de 26 anos de prisão.
Sandro foi preso na segunda-feira (17/6) em Presidente Prudente (SP).
A tentativa de soltar fuminho esbarrou na desconfiança de uma servidora do TJSP. Era véspera do recesso judiciário quando a tentativa de golpe foi descoberta.
Fuminho
Conforme investigações da polícia, além de ser considerado o braço direito de Marcola, Fuminho tem ligações com a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, na Itália, e controlava parte do esquema de envio de cocaína para a Europa. O Porto de Santos, no litoral paulista, aparece como ponto de origem do despacho.
Os indícios são de que Fuminho seria amigo de Marcola desde a infância. O plano cinematográfico para resgatar o chefão do PCC da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, em 2018, teria sido orquestrado pelo criminoso.