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Paulo Guedes promete dar aos políticos total controle sobre orçamentos

Em entrevista, o ministro da Economia disse que a medida é tão urgente quanto a aprovação da reforma da Previdência

atualizado

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Paulo Guedes – ministro da Economia
1 de 1 Paulo Guedes – ministro da Economia - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, confessou que, assim como a rápida aprovação da Reforma da Previdência pelo Congresso Nacional, a equipe econômica do governo federal tem como prioridade a tramitação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pelo Senado, que dá fim às despesas obrigatórias e às vinculações orçamentárias, mudando o chamado pacto federativo.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo publicada neste domingo (10/3), o ministro garantiu que, com a PEC, os parlamentares terão “100% de controle sobre os orçamentos da União, estados e municípios”. Guedes contou que o projeto nasceu como um “plano B” caso o Congresso não aprovasse a reforma da Previdência.

“Os políticos têm de assumir as suas responsabilidades, as suas atribuições e os seus recursos”, disse o chefe da pasta. “Os deputados vão entender que, em vez de discutir R$ 15 milhões ou R$ 5 milhões de emendas, vão discutir R$ 1,5 trilhão de orçamento da União, mais os orçamentos dos municípios e dos estados”, completou. Segundo o ministro, a aprovação da PEC deve ser feita de forma urgente e não deve interromper o trâmite de aprovação da reforma da previdência.

Para Guedes, os congressistas têm o direto de exigir participação nos orçamentos. “Queremos devolver o protagonismo orçamentário da classe política. O que não é normal é o parlamentar falar “me dá um cargo aí porque quero pegar um dinheiro para mim”. Agora, pedir dinheiro para educação, para fazer saneamento, esgoto nas comunidades, é absolutamente normal”, explicou ao Estado de S. Paulo.

O economista reduziu o pacto federativo à “representantes do povo reassumindo o controle orçamentário”. “Os políticos têm de assumir as suas responsabilidades, as suas atribuições e os seus recursos”, continuou. Durante entrevista, Guedes repetiu, em diferentes ocasiões, seu interesse nas privatizações. Em suas metas de governo, ele afirmou que o BNDES pretende “despedalar” e ir para uma atuação qualitativa, auxiliando, também, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI).

Ainda sobre as ações de governo, a primeira decisão a tomar, segundo o ministro, “é assegurar todas as aposentadorias dos pobres, que iriam acabar com esse regime de privilégios”. Com isso resolvido, a pretensão do governo é “dar um choque de emprego no país”. “É tanta coisa boa que tem que fico com pena do Brasil de ficar discutindo sexo dos anjos, ser tão pequenininho”, ironizou Guedes, ao falar sobre os planos do governo.

Reforma da previdência
A respeito da aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso, o chefe da economia se mostrou confiante quanto à contagem de votos nas casas. Ao falar sobre as parcerias com os parlamentares, o ministro afirmou que acha “legítimo” determinados pedidos, desde que estejam de acordo com a “realidade”. “Uma classe política que tem um orçamento da União de R$ 1,5 trilhão para alocar e supostamente está contente em sair com R$ 15 milhões para cada um, para favorecer suas bases eleitorais? Acho que esses caras estão fora da realidade”, explicou.

O ministro disse que está aberto a conversas, desde que se mantenha o pisto de R$ 1 trilhão.”Essa reforma é só o começo. Vamos mexer mais. Já, Já. Mas primeiro eu preciso de uma potência fiscal para ter fôlego”, garantiu.

Para Guedes, para alinhar a economia brasileira, era preciso “uma liberal democracia, como uma aliança de conservadores com liberais”, explicou. “O presidente ganhou a eleição dizendo ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’ e o Paulo Guedes dizendo que vai privatizar. Foi essa agenda que ganhou a eleição.”, defendeu o chefe da economia.

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