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Patrimônio de empresário envolvido em compra da Olimpíada subiu 1.313%

Desde que Sérgio Cabral assumiu o governo do Rio, “Rei Arthur”, como é conhecido, faturou mais de R$ 221 milhões

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 arthur - Foto: Arquivo pessoal

O empresário Arthur César de Menezes Soares Filho (foto em destaque), que teve a prisão decretada nesta terça-feira (5/9), multiplicou seu patrimônio ao longo da gestão Sérgio Cabral (PMDB) à frente do governo do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ser o principal operador no esquema de compra de voto para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo as investigações do Ministério Público Federal (MPF), “Rei Arthur”, como é conhecido, aumentou seu bens em 1.313% entre 2007 e 2015. Após a Operação Unfair Play ter sido deflagrada, ele está foragido e é procurado pela polícia norte-americana.

O processo do MPF, de 129 páginas, ao qual o Metrópoles teve acesso, mostra Arthur Soares tinha R$ 16.832.814,54 declarados em 2006. No entanto, apenas um ano depois, já havia aumentado o valor em R$ 140 milhões. O prazo condiz com a entrada de Sérgio Cabral no governo do Rio de Janeiro.

O político assumiu o comando do estado fluminense pela primeira vez em 1º de janeiro de 2007. Enquanto Cabral ocupava a principal cadeira do Palácio Guanabara, o empresário Arthur Soares aumentou seus rendimentos ano após ano, fechando 2015 com um patrimônio de R$ 238.008.258,59, como mostra o gráfico abaixo.

Arte/Metrópoles

Unfair Play
A operação, batizada de Unfair Play (Jogo Sujo, na tradução do inglês), é mais uma etapa da Lava Jato no Rio de Janeiro e apura um suposto esquema de compra de votos para escolha da capital fluminense como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com as investigações, Arthur Soares era quem bancava a verba para a aquisição de votos, e também pagou propina para o ex-governador Sérgio Cabral em troca de contratos no governo do Rio de Janeiro para as suas empresas.

O processo do MPF apresenta provas de que o empresário é proprietário do grupo Facility, que obteve contratos bilionários durante o mandato de Sérgio Cabral. Já o Ministério Público Francês, que colaborou com as investigações, afirma que a empresa Matlock, que tem como um dos sócios Arthur Soares, pagou a Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack — presidente da Federação Internacional de Atletismo —, US$ 2 milhões em troca de votos para a escolha da cidade-sede da Olimpíada.

Já Sérgio Cabral, segundo as investigações, recebeu US$ 10.474.460 em propina paga por “Rei Arthur”. Para movimentar tamanho montante, Arthur Soares teria realizado 156 operações financeiras suspeitas, incluindo saques “em espécie em valor substancial”.

Nesta terça (5), o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, também foi encaminhado à polícia para prestar depoimento. Para o MPF, Nuzman participou de forma direta da compra de votos dos integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Para isso, ele teria recebido propina de US$ 1,5 milhão.

Demais políticos
Novas operações envolvendo o empresário Arthur Soares e políticos do Rio de Janeiro podem surgir nos próximos dias. Isso porque, de acordo como o Ministério Público Federal, o esquema seria na verdade uma “organização criminosa de membros do PMDB do Rio de Janeiro”.

“Não por acaso, por muitos anos tanto o estado quanto o município do Rio de Janeiro foram comandados por esse mesmo grupo político”, afirma o MPF no processo.

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