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Pastor Passamani foi preso por ser “risco” a mulheres, diz delegada

Pastor Davi Passamani foi preso nessa quinta-feira (4/4). Segundo a PCGO, ele se aproveitava da fragilidade das vítimas

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Equipe da Polícia Civil de Goiás formada só por mulheres apresenta caso do pastor Passamani
1 de 1 Equipe da Polícia Civil de Goiás formada só por mulheres apresenta caso do pastor Passamani - Foto: Laura Braga/Metrópoles

De acordo com a Polícia Cívil de Goiás (PCGO), o pastor Davi Passamani foi preso por representar risco iminente à segurança das mulheres. O religioso foi detido nessa quinta-feira (4/4), na capital goiana, suspeito de importunação sexual.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5/4), a delegada responsável pela investigação, Amanda Menuci, afirmou que Passamani cometia o crime valendo-se da religião e da fragilidade das vítimas.

Segundo a policial, o delito aconteceu em dezembro de 2023. A vítima, de 20 anos, veio do Rio de Janeiro e vivia uma situação de fragilidade em seu relacionamento.

“Ela já havia confidenciado isso ao pastor. As conversas aconteceram a partir das redes sociais, com abordagens bíblicas e, em seguida, ele narrava contos sexuais, pedia para a vítima se tocar”, disse a delegada.

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Pastor Davi Passamani é denunciado por importunação sexual em outro caso
Pastor Davi Passamani, em prints, importuna sexualmente uma fiel
Equipe da Polícia Civil de Goiás formada só por mulheres apresenta caso do pastor Passamani: de verde, delegada estadual de Combate a Violência Contra a Mulher, Ana Elisa Gomes, e de bege, Amanda Menuci, delegada responsável pelo caso
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Pastor Davi Passamani foi acusado de importunar sexualmente fiéis

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Pastor Davi Passamani é denunciado por importunação sexual em outro caso

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Pastor Davi Passamani, em prints, importuna sexualmente uma fiel

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Equipe da Polícia Civil de Goiás formada só por mulheres apresenta caso do pastor Passamani: de verde, delegada estadual de Combate a Violência Contra a Mulher, Ana Elisa Gomes, e de bege, Amanda Menuci, delegada responsável pelo caso

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Passamani renunciou, mas voltou a se apresentar como pastor

Conforme a explicação da investigadora, a vítima era uma fiel e frequentadora da igreja A Casa, da qual ele foi o fundador. Após a denúncia, ele havia renunciado à presidência da igreja. No entanto, voltou a exercer a atividade.

A policial conta que Passamani foi ouvido em fevereiro e ficou em silêncio. Àquela época, ele havia pedido renúncia da igreja e não representava perigo.

“Mas a PCGO teve conhecimento de que ele voltou a exercer as atividades religiosas, meio pelo qual ele cometia os crimes. A representação da prisão foi pedida em março, para proteger novas vítimas, já que ele praticava os crimes por meio da igreja”, disse Menuci.

A nova igreja onde Passamani estava ministrando celebrações se chama A Porta. Ele foi preso quando chegava ao local para um culto.

De acordo com a delegada, o pastor foi investigado em outras duas ocasiões. Em uma delas, o inquérito acabou arquivado. Na segunda situação, houve um acordo de não perseguição penal. No entanto, o modus operandi seria o mesmo em todas as situações.

“As medidas não foram suficientes para cessar a prática criminosa do pastor. Todas as vítimas foram ludibriadas da mesma forma, elas estavam em um momento de vulnerabilidade e ele estabelecia relações viciadas, em que não havia o consentimento delas”, pontuou.

Importunação sexual

Também presente na entrevista coletiva, a delegada titular da Delegacia Estadual de Combate à Violência Contra a Mulher, Ana Elisa Gomes, afirmou que é importante ressaltar a gravidade do crime de importunação sexual, em que não precisa haver necessariamente conjunção carnal.

“O que não há discussão é sobre o consentimento da vítima para satisfazer a lascívia do criminoso. Está enraizado na sociedade de que o delito sexual de praxe é o estupro, mas essas condutas são tão graves quanto e devem ser reprimidas”, disse ela.

Para Gomes, é preciso buscar a repreensão e estimular mulheres para que façam as denúncias diante de situações de crimes sexuais.

“Temos o exemplo do João de Deus, que construiu uma história em cima de crimes sexuais, um abuso com conhecimento internacional. As vítimas não podem ser descredibilizadas, uma delas chegou a ser chamada de ‘sonsa’. Temos que repreender qualquer situação dessa natureza desde o início”, declarou.

Agora, a PCGO espera que novas vítimas possam aparecer a partir da divulgação da imagem do pastor, que já está à disposição da Justiça.

Outro lado

Leandro Silva, advogado do pastor, alega que o inquérito da Polícia Civil, por suspeita de assédio, tem lacunas e que a prisão de Davi Passamani não passa de uma “conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio”.

“A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa e não descumpriu ele nenhuma ordem judicial. Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade”, completou a defesa do pastor.

Confira a nota completa:

“A autoridade policial informou verbalmente a este advogado que o motivo da prisão seria o fato de Davi Passamani estar presente em louvores e isso representa risco à sociedade de ocorrência de possíveis novas vítimas de assédio. Indagada se era somente isso, ela disse que sim. Porém, se negou a entregar a cópia da decisão judicial que fundamentou a prisão, embora tenha certificado sua negativa.

Está prisão, segundo a delegada, está relacionada ao inquérito policial inaugurado no final do ano de 2023 por suspeita de assédio, porém, embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão dele, a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público. A defesa qualifica as informações contidas nesse inquérito de vazias, lacunosas e genéricas.

Ressalte-se que Davi Passamani nunca foi condenado criminalmente por tipo penal de assédio sexual e a defesa nega tais acusações. Reafirma-se, mais uma vez, que tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa. No momento estratégico adequado, seus conspiradores, todos eles, serão representados e seus nomes divulgados.

A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa e não descumpriu ele nenhuma ordem judicial. Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade.”

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