Pastor é acusado de hipnotizar e estuprar mulheres em clínica no Rio
Sérgio Brito foi preso nessa quinta (16/12); ele é presidente de dois templos e também se apresenta como psicanalista, sexólogo e terapeuta
atualizado
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Rio de Janeiro – Pastor das Assembleias de Deus de Duque de Caxias e de Magé, ambas na Baixada Fluminense, Sérgio Amaral Brito, de 59 anos, foi preso nessa quinta-feira (16/12) acusado de estupro de vulnerável de pelo menos 10 mulheres. Ele teve a prisão decretada pela Justiça após as denúncias feitas pelas vítimas serem comprovadas pela delegacia de Piabetá (66ª DP).
O religioso também se apresenta como psicanalista, sexólogo e terapeuta de adultos, casais e adolescentes, além de participar, semanalmente, de um programa na Rádio Melodia, uma das principais estações evangélicas do país.
A investigação começou no começo do mês após uma mulher procurar a delegacia e contar que foi convencida por Sérgio a fazer algumas sessões de psicanálise em seu consultório, no centro de Piabetá. A abordagem foi feita quando a vítima frequentava a Assembleia de Deus de Jardim Primavera. De acordo com seu relato à polícia, a vítima afirmou acabou submetida à hipnose e abusada sexualmente durante a “terapia”.
A moça contou aos pais o que havia acontecido e eles procuraram o pastor, gravando a conversa na qual Sérgio explica que suas técnicas são reproduções de práticas internacionais, usadas por décadas, e que precisam ser aplicadas de forma “confortável, à vontade”. A gravação foi exibida pela TV Globo, que também entrevistou duas vítimas.
Ao saberem da denúncia, pelo menos outras nove mulheres procuraram a delegacia para relatar os abusos sofridos. Uma delas contou que quando saiu do transe, Sérgio estava com a mão dentro de sua vagina e que suas calças foram abertas durante a hipnose. Uma outra relata que, ao acordar, o religioso estava em pé ao seu lado, apenas de cueca.
Segundo o delegado Ângelo Lages, Sérgio estava planejando fugir para Brasília. Com isso, a Vara Criminal da Comarca de Magé expediu o mandado de prisão preventiva. Na delegacia, o pastor não quis prestar depoimento.