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Pastor cobrou 1 kg de ouro para prefeito ter verbas do MEC, diz jornal

Prefeito do município de Luis Domingues, no Maranhão, revelou que pastor Arilton Moura também pediu adiantamento de R$ 15 mil

atualizado

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ministério da educação MEC
1 de 1 ministério da educação MEC - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em nova revelação sobre o caso do suposto gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC), um prefeito admitiu que recebeu proposta do pastor Arilton Moura, próximo ao ministro Milton Ribeiro. Ele teria pedido, como forma de adiantamento para facilitar o acesso a recursos da pasta, R$ 15 mil e 1 kg de ouro.

Gilberto Braga (PSDB) é prefeito de do município de Luís Domingues, no Maranhão. Ao Estado de S.Paulo, ele relatou a conversa que teve com Moura no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após almoço informal com a presença do ministro.

“Ele disse: ‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não”, contou Braga. “Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar. E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto ‘x’. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”.

Arilton teria falado sobre a destinação de recursos de forma deliberada na ocasião, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais fizessem as transferências.

Ministro fortalecido?

Se depender de Jair Bolsonaro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, ficará onde está. O entendimento de Bolsonaro é que o episódio “só fortaleceu” Ribeiro, nas palavras de um dos interlocutores de maior confiança do presidente.

Conforme apurado pela coluna Guilherme Amado, Bolsonaro entende que o ministro sairá fortalecido do episódio, porque o caso demonstraria, na visão dele, que o ministro se preocupa com municípios pobres e atende devidamente à base bolsonarista evangélica.

Centrão de olho

O Centrão pressiona por uma troca no comando do Ministério da Educação desde que o escândalo do gabinete paralelo de pastores foi revelado pelos repórteres Breno Pires, Felipe Frazão e Julia Affonso. A bancada evangélica no Congresso também discute o futuro de Ribeiro.

Em nota, Ribeiro negou ter favorecido pastores na distribuição de verbas do ministério e rechaçou o envolvimento de Bolsonaro em irregularidades. Um áudio mostra Ribeiro dizendo que o apoio preferencial seria consequência de um pedido direto de Bolsonaro.

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