Pastor acusado de estelionato ia a cultos de helicóptero, diz polícia
Religioso Osório José Lopes prometia retornos financeiros para as vítimas, mas não cumpria as promessas. Maioria das vítimas é de GO e SP
atualizado
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Goiânia – Acusado de estelionato, o pastor Osório José Lopes ostentava uma vida de luxo em Goiás com dinheiro obtido através de golpes. Segundo a Polícia Civil, o religioso chegava a usar helicóptero para fazer um trajeto de cerca de 180 km na região do centro goiano.
Em Leopoldo de Bulhões, a 62 quilômetros de Goiânia, o pastor tinha uma casa de luxo e até ia de helicóptero para os cultos, em Goianésia, segundo a polícia. Além disso, ele usava carros de luxo e tinha seguranças, além de dezenas de joias. A aeronave, de acordo com a investigação, era alugada e usada somente para enganar os fiéis.
A vida cheia de ostentação e a promessa de dinheiro rápido chamaram a atenção da polícia. Em 2018, Osório e outro pastor foram presos suspeitos de obter R$ 15 milhões para aplicar golpes em fiéis de Goianésia. A polícia informou que, no mesmo ano, o religioso se tornou réu pelo processo, que responde em liberdade.
Os dois pastores, segundo a investigação, diziam que havia ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas precisavam reunir fundos para conseguir recebê-lo. Osório ficou preso por 30 dias, e, segundo o delegado, ele se mudou para São Paulo após sair da prisão em 2018.
Veja o vídeo:
R$ 2 quatrilhões
Investigado por suspeita de aplicar golpes milionários em diversos estados, Osório também chegou a prometer para uma vítima retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões a um empresário de São Paulo. É o que mostra documento com o nome dele, aponta a investigação. O valor supera a fortuna das 10 pessoas mais ricas do mundo, segundo lista da Forbes.
O documento foi obtido e divulgado pelo Fantástico, no último domingo (13/3). De acordo com as apurações, o pastor cobrava um valor das vítimas com a promessa de que elas teriam rendimentos bilionários. Ele é réu por estelionato em Goiás e foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), na última sexta-feira (11/3).
Em vídeo publicado na internet, Osório, que está em liberdade, se posicionou contra as acusações e possíveis crimes que ele chamou de “coisas erradas”, atribuindo a responsabilidade delas a terceiros. Apesar de se apresentar como pastor, ele não é ligado a uma igreja.