Passista que teve braço amputado se revolta com depoimentos de médicos
Alessandra dos Santos defende que erro foi do primeiro hospital e que segundo hospital amputou para que ela sobrevivesse
atualizado
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A trancista e passista da Grande Rio, Alessandra dos Santos, disse que se revoltou com os depoimentos dos profissionais de saúde investigados por erro médico. Ela teve o braço esquerdo amputado após ser internada para tratar um problema no útero.
“Alguns médicos foram dar depoimento já, e o que estou percebendo é que parece que fui eu que pedi pra ficar com o braço amputado. É um absurdo o que eu ouvi até agora”, desabafou para o G1 Rio de Janeiro.
Alessandra defende que o erro médico aconteceu na primeira intervenção cirúrgica, no Hospital da Mulher Heloneida Studart. Já o segundo hospital, Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), onde ela chegou com a mão preta, teria feito a cirurgia de amputação por uma questão de sobrevivência.
“Se eu tive o braço amputado foi para salvar a minha vida do estado que eu cheguei lá. Se eu tivesse chegado em bom estado, não teriam que ter feito isso”, declarou Alessandra.
Em depoimento para a Polícia Civil, o médico-cirurgião Gustavo Machado, responsável pela primeira cirurgia na passista, negou negligência no caso. Ele se defendeu dizendo que houve um “problema vascular” em Alessandra e que a decisão de amputar foi do outro hospital.
“Acabaram com a minha autoestima, acabaram com meu psicológico, acabaram com meu noivado. Me destruíram. É muito doloroso. Eles destruíram minha profissão. Cabeleireira, trancista, implantista. Como que eu trabalho agora? Vou sobreviver de quê?”, desabafou ainda a jovem passista.