Passaporte de Bolsonaro foi entregue à PF em Brasília
Mais cedo, a Polícia Federal havia determinado a entrega do documento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
atualizado
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A Polícia Federal (PF) recolheu o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (8/2), na sede do partido PL em Brasília. A corporação realiza uma operação na qual o ex-presidente é um dos alvos.
Mais cedo, houve a determinação para a entrega do passaporte de Bolsonaro, que foi cumprida horas depois, em Brasília. A PF investiga uma tentativa de organização de um golpe de Estado de pessoas ao redor de Bolsonaro e possivelmente do próprio ex-presidente.
A apreensão do documento foi motivo para um longo debate na PF, conforme a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles. Para os agentes, havia o risco de Bolsonaro fugir do Brasil para outro país sem acordo de extradição.
Um dos argumentos utilizados para a decisão favorável a recolher o passaporte foi a viagem do então presidente para os Estados Unidos, nos últimos dias de mandato, em 2022. Dessa forma, Bolsonaro evitou de passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Outros alvos e prisões
Também são alvos do inquérito: o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL); e Braga Netto e Anderson Torres, ex-ministros que chefiaram as pastas da Defesa e Justiça respectivamente. Todos são próximos a Bolsonaro.
Valdemar Costa Neto foi preso, nesta manhã, por porte ilegal de arma.
Os seguintes receberam ordem de prisão por relação com a investigação da PF: Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; coronel do Exército Bernardo Romão; e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins.
Minuta golpista
Entre os achados da PF está uma minuta com um planejamento de tentativa de golpe de Estado, que previa a prisão de autoridades, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também estava na mira para ser preso, de acordo com o plano golpista. Por fim, o texto previa a organização de novas eleições.
Bolsonaro, segundo diligências da PF, tinha pedido para manter apenas o nome de Moraes e remover Gilmar e Pacheco.
O então presidente da República teria aprovado uma nova versão da minuta e convocado uma reunião com líderes das Forças Armadas para apresentar o texto e pressionar pela adesão do golpe de Estado.