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Passageira denuncia importunação sexual em voo, mas não recebe ajuda

Passageira disse para funcionários da companhia aérea que um homem se masturbou ao lado dela, mas eles teriam se negado em acionar a polícia

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1 de 1 Imagem colorida de avião chegando a Brasília - metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Uma passageira de 34 anos denunciou que foi importunada sexualmente dentro de um voo e não recebeu assistência da companhia aérea. A mulher relatou que estava em um voo da Azul entre São Paulo e Porto Alegre, quando percebeu que o passageiro do lado dela se masturbava por debaixo da roupa. Ela então acionou os comissários de bordo, mas eles teriam se negado a chamar a polícia porque julgaram que não houve crime.

“Eu estava mexendo no celular quando vi, pela visão periférica, que ele (passageiro) mexia muito na genitália. Como aquela movimentação não parou e ficou mais intensa, comecei a reparar. Ele estava na janela e eu, na poltrona do meio. Nessa hora conversei com a senhora que estava do meu lado e pedi para ela olhar e confirmar o que estava acontecendo. Ela me disse que sim, realmente o homem estava fazendo aquilo (se masturbando)”, relatou a passageira.

Segundo a passageira, as comissárias não chamaram a polícia e defenderam que o homem não teria cometido crime, pois não havia mostrado o órgão genital e nem tocado a vítima.

“Contei o que acontecia, a comissária foi até a poltrona em que eu estava e confirmou que ele estava se masturbando. Ela, então, me acomodou em uma poltrona bem longe. Eu tremia, estava muito nervosa e abalada com aquela situação”.

Em entrevista para a TV Globo, a passageira relatou o diálogo que teve com uma comissária no momento em que o assediador deixava o voo sem ser abordado pela polícia.

“Perguntei: ‘E aí, como é que vai ser? Ele vai ser preso? Vão chamar a polícia?’. Ela olhou pra mim e falou assim, exatamente assim: ‘Olha, na verdade, a gente estava observando e ele não está em ereção’. Eu fiquei chocada. Falei pra ela: ‘Não precisa ter ereção. Ele não pode fazer isso em público’. E ela foi embora.”

Omissão

Se sentindo muito mal, a passageira decidiu procurar uma advogada, que a levou até a Polícia Federal (PF).

“Crimes cometidos em voos são de responsabilidade federal. Em um caso como esse a PF deve ser acionada e já aguarda a chegada do voo no portão de desembarque para iniciar as providências. Cabe exclusivamente à polícia analisar se houve crime ou não”, defendeu a advogada Jacqueline Valles.

A Polícia Federal abriu um inquérito e a vítima foi ouvida na terça-feira (3/4).

Nota oficial

Em nota, a Azul informou que repudia qualquer manifestação ou comportamento inadequado que cause constrangimento a seus clientes.

“O protocolo estabelecido pela companhia foi seguido pela tripulação, que prestou toda assistência à cliente. Vale ressaltar que a Azul tem como principal valor primar pelo bem-estar de seus clientes e tripulantes, sendo reconhecida como uma das melhores companhias aéreas do mundo nesse quesito”, defendeu a companhia, sem explicar sobre o motivo dos comissários não terem acionado a polícia.

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